“Ensaio de desculpas”
Astuto rapaz, nunca se achou muito capaz, insincero em seus pedidos, a labuta não é igual a sua fala manhosa.
Brilhante quando pede algo, possui o dom da adivinhação, sua faceta é faiscante, seu intento é o desejo mais insignificante.
Cinismo oculto em uma frágil casca de madeira, tropeços naquilo que enxerga demais, parodiando a carne humana sem nenhum constrangimento.
Dadivoso pelos seus interesses, estragos ordeiros, perigoso enquanto cavalheiro; imaculado brincando de machucar inocentes, indecoroso quando se colocava a pensar.
Erudito sem condições de ensinar, luta medonha que só faz esbravejar, seu altruísmo ficava muito além, pequenos retalhos, toques aquém.
Fiasco de fato como homem ausente, sua insônia não fora por escolha notável, perfeito fracasso, nunca será um orgulho louvável.
Grandiosas foram as tentativas, admirável sua ousadia, incapaz de pedir desculpas, transfere sua culpa e para finalizar, nunca alega loucura.
Homenagens para si, festança solitária, seu erro era incolor, a linha que divide sua vida fora amparada meramente pela dor.
Indolentes pedidos sangrentos de paz, amordaçado nunca fora por seus pais, descomedido, contudo com algo na mente, murmúrios sofríveis, dementes.
Justa foi sua escolha, sofreu à margem, nunca à sombra, sua vontade fora tenaz, faltava apenas uma coisa; tentar explicar.
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