“Quisera algo”
Quisera eu em um dia de puro devaneio mudar o mundo, achei que as vozes que me acompanhavam gostariam de tal feito, porém minhas palavras caíram ao vento.
Quisera eu em um dia de completo esquecimento andar a pé sem sofrimento, ludibriar um destino já traçado, não precisar olhar para os lados, torcer para ser lembrado.
Quisera eu em um dia qualquer esperar sedento pela divina inspiração, não pretendo alinhar palavras bonitas, tento apenas não escrever com decepção, papel e lápis dando as mãos.
Quisera eu em um dia de curiosidade saber onde foram cavadas as sepulturas, se por lá as mentes se escondem, um joguete sem nomes, desgosto que fortuitamente consome.
Quisera eu em um dia de desamparo contar somente com o que faço, não aguardar de braços abertos o vazio da escuridão, a minha simplicidade não trará perfeição.
Quisera eu em um dia de completa lucidez poder dizer aos céus que consegui, que enfim descobri o que é ter razão, acreditando deixar de lado toda estupidez.
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