Vim do próximo
e acabei distante.
Uma hora um,
outro, a vez do próximo:
tudo numa reza só.
Nesta festa de mortos,
sou roupa de passar,
estou sempre voltando
pro mesmo lugar.
Largo tempo
de meu tempo,
de
minhas coisas
sem nomes.
Largo tempo,
e não perdôo,
todo se foi
vestido de garoto
de festa comum.
Largo tempo,
que já não tem sobras,
e delas não cobro;
e se você olhar
pros lados
vai ver que minha
história tem sua estafa.
Estamos sempre perdendo
pro tempo,
este, augusto, aproveita
prá levar todos,de um pouco
de nós, que estão socobrando
e morrendo.
Somos roupas de passar,
brevidade das horas,
suave amanhecer desconhecido,
onde cotovias anunciam
uma nova vida
que morreu.
E meu
medo já é conhecido e ardente.
E, dizem,lá onde moram:
o sol tem receio de estrelas
muito puras e candentes.
|