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Pernambuco Verde Cana
Leonardo de Souza Dutra

Pernambuco Verde Cana


Minha terra,
Tem o cheiro do melaço.

O chão que pisei
Fora feito de blocos de rapadura
Tão duro quanto o bater desse coração.

Este sangue,
Que circula em veias
Tem a cor da garapa da cana prensada.

O que nas costas trago,
São marcas da chibata
Cantarolando um som amargo
Que ferindo a derme
Vai também deixando cicatrizes n’alma.

Meu canto,
Tem a cor da tristeza
Negra a pele que me formoseia.
E sua melodia,
É marcada pelo compasso da saudade do colo que me acalentou.

Meus sonhos,
É tão profundo quanto o mar que me separou do proetiosum aurum nigrum,

A sede de minha garganta,
Tem a chama da liberdade
De um grito sucumbido
E hoje de verde sangue vertido
Vejo minha terra de sabor açucarado.


Leonardo de Souza Dutra


Biografia:
Sou poeta, escritor, professor da Faculdade Escritor Osman da Costa Lins - FACOL, Servidor Público Federal da FIOCRUZ, Bacharel em Ciências Jurídicas, Auditor, Especialista em Gestão Pública Municipal - UFRPE. Amante da vida nascido da constelação zodiacal de aquários, natural da terra do frevo e do maracatú, Recife - Pernambuco. Mas quem sou eu? Sou os livros que li, Sou os momentos que vivi, Sou a infância vivida, e a vida repartida entre o desejo de ser e permanecer, Sou os amigos conquistados e os beijos roubados de sonhos que já sonhou, Sou a lágrima chorada, sou a tapa da cara que o outro lado virou, Sou da pedra que apedreja a morte que não enseja a dura sombra da dor. Sou o teu riso que belo afaga a face Da tua cara, quando da mão que acalenta amor. Sou o amor que dei, e os amores que não sei, As viagens que em grandes rios naveguei. Sou assim a vida que vaga. Na busca de tua vida para poder viver no mais o teu amor. Sou eu... Leonardo Dutra
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