Desgastes insólitos de acontecimentos tardios
Nuvens de fumo elevando fabricos próprios
Rumo ao pico dourado
Procura incansável de metas a evitar
Encontras sempre o que não procuraste
A fugir do que não chegaste a ter
Um bater de asas
No fio da navalha
Amordaçado e cego
Perante a multidão
Com asas de bater e um coração de sofrer
Célula única da tua solidão
Metáfora da tua sombra
Alter do teu outro
Eufemismo Metafísico da tua Alma
Grande pequeno Nada, a vida espreita-te
Na Esquina da Rua que teimas em não pisar
Volta-te e olha a dor calculada e sente a emoção capilar
Da mentira virulenta que compõe o teu universo
Verte da tua veia o tónico lubrificador que enche minha caneta
Sangue coagulado em minhas páginas
Escarlate o reflexo dos teus passos
Imundice vagabunda, a vida branca que escurece
Os dias das minhas noites
Malsão o choro persistente dos teus apetites
Seiva rural embrutecida
Tira sono ao teu descanso, veste o teu andar e vive o teu parecer
Mel derramam tuas palavras, azedos são teus gestos
Certo e errado,
Um Preto-e-Branco colorido
Que trazem a Primavera
Ao Hemisfério Superior
De uma inteligência artificialmente inferior e radicalmente inútil
Um passado quer ser esquecido por um Presente desinteressado
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