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Origens da Bandeira do Brasil
Marco Antonio Cruz Filho

A Bandeira Nacional, assim como o Hino, são os símbolos maiores da Pátria, e por isso devem ser respeitados e conhecidos. Tanto a nossa Bandeira quanto o nosso Hino Nacional foram criados no Império do Brasil, depois da Independência. Nosso Hino nos primeiros tempos não tinha letra, e a nossa Bandeira era um pouco diferente, e continha o Brasão Imperial.

O verdadeiro significado das cores de nossa Bandeira Nacional não é conhecido pela maioria das pessoas. É muito comum falar-se em “verde das matas, o amarelo do ouro”, mas não é bem assim, ou pelo menos, não é só isso. A História mostra o motivo:

As cores verde-louro e amarelo-ouro foram instituídas como cores nacionais do Brasil, 11 dias após a proclamação da Independência.

Há dois significados para as cores da Bandeira, um lembra a Natureza de nosso país, e foi dado pelo Imperador Dom Pedro I. Ele mesmo fez questão dessas cores, dizendo que representavam nossa Natureza exuberante.

Mas o significado vai além disso. Ao proclamar a Independência do Brasil, D. Pedro I fundou um Império, único nas Américas, e uma Dinastia Reinante, formada pela união da Casa de Bragança com a Casa de Áustria.

A Bandeira do Brasil foi desenhada com as cores das Famílias Reais do nosso primeiro casal de Imperadores, D. Pedro I e D. Leopoldina.

D. Pedro I é representado pelo Verde-Bragança e sua esposa D. Leopoldina, sendo filha do Imperador da Áustria, pelo amarelo-ouro dos Habsburgos.

Em setembro de 1823, o futuro Marquês de Resende, Antonio Teles da Silva Caminha e Meneses, então Embaixador na Áustria, explicando o motivo da escolha do verde e do amarelo ao Príncipe de Metternich, disse que o "amarelo - simbolizaria a Casa de Lorena (Habsburg)", cor usada pela Família Imperial Austríaca, e o "verde - representaria a cor da Casa de Bragança".

Outro documento que comprova isso é uma carta: “datada de 15 de setembro de 1822, ou seja, pouco mais de uma semana da Proclamação da Independência, é sabido que numa carta escrita por D. Leopoldina à D. Maria Tereza, da Côrte da Áustria, comenta textualmente, fazendo referência às cores da bandeira, dizendo do “verde dos Braganças e do amarelo-ouro dos Habsburgos” (Silveira, 1972, pg 230).

O Decreto que criou nossa Bandeira

Segundo o livro "Símbolos Nacionais na Independência" de autoria do General Jonas Correia, o Escudo de Armas e Bandeira do Império foram criados por Decreto de 18 de setembro de 1822. Com relação a Bandeira o decreto diz: "A Bandeira Nacional será composta de um paralelogramo verde e nele inscrito um quadrilátero romboidal cor de ouro, ficando no centro deste o Escudo de Armas do Brasil"

A História da cor verde, desde Portugal

Foi o Rei D. João I de Aviz (1357/1433) que instituiu a Casa de Bragança, pelo casamento de seu filho Afonso com a filha do condestável D. Nuno Álvares Pereira. Em 1384, ele incluiu na bandeira de Portugal a Cruz verde da Ordem de Aviz. Mas D. João II de Aviz retirou a cor verde, e ela só retornou à bandeira no reinado de Pedro II de Bragança, em 1669.

Um dos símbolos da Dinastia Bragança era o dragão verde (“Serpe Alada”), que aparece depois no Império do Brasil, no alto do cetro Imperial.

Em 20 de setembro de 1822, D. Pedro I, por Decreto, adotou a cor verde para todas as fardas da Corte.    

O significado do losango – bandeiras militares francesas

A Bandeira do Brasil possui um símbolo que lembra Império: o losango.

O pintor francês Jean Baptista Debret, fundador da Academia de Belas Artes, foi encarregado da execução do desenho da bandeira e do escudo imperial. Para Clóvis Ribeiro (apud Silveira, 1972, pag.231), Debret teria se inspirado em bandeiras militares francesas, sendo o losango inscrito em um retângulo um motivo ornamental em estilo Império. Sabe-se que Dom Pedro I tinha especial admiração por Napoleão Bonaparte, além de ter um parentesco indireto com o ex-Imperador da França.

Além disso, o próprio D. Pedro I era um Bragança-Bourbon, descendente dos reis da França, e o artista que desenhou nossa bandeira foi o francês Jean-Baptiste Debret, o que poderia explicar a inspiração em bandeiras francesas.

A Bandeira Imperial simbolizou nossa Pátria nos momentos mais difíceis e gloriosos de nossa História. Foi defendida pelos brasileiros durante a Guerra do Paraguai, e era com uma flâmula verde-amarela que Santos-Dumont decolava em seus vôos pioneiros.

Uma falsa Bandeira Nacional

Em novembro de 1889, um golpe militar derruba o governo imperial. Os golpistas, influenciados pelos integrantes da seita positivista, instituem uma bandeira provisória da República, na tentativa de abolir o símbolo de nossa Monarquia. Assim, copiam a bandeira do clube republicano Lopes Trovão, uma imitação da bandeira dos Estados Unidos da América.

Essa falsa bandeira não foi aceita nem mesmo pelos mais radicais anti-monarquistas, e durou apenas cinco dias. Infelizmente, foi essa humilhante imitação de bandeira estrangeira que foi içada no mastro do navio Alagoas, que levou o Imperador Dom Pedro II, prisioneiro e expulso com toda a sua família, para o exílio político mais longo da História do Brasil.

A identidade nacional falou mais alto

A Bandeira Nacional, então, foi motivo de acaloradas discussões. Alguns queriam destruir tudo o que lembrasse o Império, e apresentaram modelos de bandeiras listradas, com cores diferentes. Mas, o próprio Deodoro da Fonseca desejava manter a antiga Bandeira Imperial, dela retirando apenas a Coroa. Desta forma, estava decidido que as cores e o formato básico de nossa Bandeira permaneceriam.

O lema de uma religião na Bandeira

Os integrantes da seita Apostolado Positivista do Brasil tinham influência no governo golpista, e conseguiram que na nova bandeira nacional, constasse a frase “Ordem e Progresso”, parte do lema de sua seita. Os demais elementos da Bandeira foram adaptados, resultando a atual Bandeira Nacional, conforme desenho de Décio Vilares. As estrelas,que representavam as Províncias do Império, foram colocadas como constelações. Pelo projeto, a bandeira deveria retratar o céu do Rio de Janeiro no momento da proclamação da República. Para que coincidisse com a passagem do Cruzeiro do Sul pelo meridiano do Rio de Janeiro, os historiadores oficiais resolveram registrar a proclamação como se tivesse ocorrido às 8:37 hs da manhã de 15 de novembro de 1889. Mesmo assim, os astrônomos informam que está errada a posição das estrelas na Bandeira. Durante muitos anos, houve confusão sobre a representação dos Estados na Bandeira, finalmente resolvida pela Lei no 8.42l, de 12 de maio de 1992,

Respeito aos Símbolos Nacionais

Nossos símbolos nacionais, bonitos ou feios, certos ou errados, são os Símbolos da Pátria, e a eles devemos respeito. O Brasil tem uma das mais belas Bandeiras do mundo, criada com nossa Independência. Foi modificada ao longo dos anos, por conta das mudanças em nossa História, e só o Tempo dirá se ainda terá outras modificações.

Devemos amar nosso País, e orgulhar-nos de nossas origens, porque o Brasil tem uma História que nenhum outro país teve em toda a América. Se hoje temos problemas, devemos corrigi-los com muito amor, muito patriotismo e confiança no futuro desta grande Nação, o Brasil.

Associação Causa Imperial

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