A orientação prevalecente em nossa sociedade está focalizada numa visão linear, cartesiana : produzir mais , vender mais, lucrar mais. Por sua vez, as instituições acadêmicas - via de regra- estão apenas preocupadas com a produção de profissionais e não com a formação dos mesmos.
Um modo de vida, que hoje está sendo globalizado, nos esmaga como seres humanos, evidenciando cada vez mais sintomas de decomposição e decadência social em geral e das relações humanas em particular.
O meio de comunicação mais estendido, a televisão, através de sua prioridade pela apresentação repetitiva e massacrante de cenas sórdidas, fatos de sangue, baixaria, programas para idade mental de 10 anos, acaba modelando nossa juventude ( e os adultos) para o consumismo, a acomodação, a falta de valores e para a ausência de ideais pelos quais lutar.
As Escolas universitárias em geral oferecem um amplo campo de aprendizagem de conhecimentos técnicos e científicos bastante avançados, mas não costumam orientar para compreender a vida, a natureza humana, a relação do ser humano com as Energias Superiores etc. Como conseqüência, levas e levas de profissionais são produzidos, sem uma maior preocupação por uma discussão séria e razoavelmente aprofundada sobre coisas fundamentais para todo ser humano, tais como : a forma de enxergar o mundo, os valores humanos, o papel que pelo fato de sermos seres humanos devemos cumprir etc.
Em seu lugar, falsos deuses são introduzidos pela mídia na mente humana . Eles chamam-se poder, status, consumismo, assim como todas as formas de conjugar os verbos ter e possuir ( objetos, imóveis, dinheiro, pessoas).Esta preponderância do ter sobre o ser, se expande cada vez mais na sociedade humana graças a aliança do poder econômico, político e da mídia com o conhecimento técnico-cientifico. Esta expansão já assume as características de um tumor canceroso que precisa ser extirpado rapidamente sob risco de nos conduzir ao colapso social.
Não é o meu feitio ser alarmistas, mas a nova tecnologia avança como um monstro cego. Se nada fizermos, quanto tempo falta para que nossas vidas reais sejam transformadas em virtuais? Com certeza, uns poucos anos.
Aumentar mais e mais nossos conhecimentos científicos e tecnológicos sem sustentá-los nos verdadeiros valores humanos: liberdade, igualdade, fraternidade (já se foram 2000 anos!), harmonia, paz de espirito, amor ( já se foram 2000 anos!) é correr celeremente em direção ao abismo. Estamos saturados de bombas atômicas, mísseis, destruição, venenos, artigos supérfluos e poluentes, lixo e luxo, fome e desemprego. Onde está a racionalidade, tão cara ao método científico, cerne do ensino universitário, desta nova sociedade?
Acredito, entretanto, que muitas pessoas,dentro e fora dos recintos universitários se rebelam contra esse modo de vida irracional e desumano.Sua sensibilidade, sua inteligência e sua conscientização lhes indicam que esta não pode ser a única forma de viver. Porém elas sofrem em silêncio porque não conseguem perceber como sair do atoleiro, nem qual seria a alternativa a ser tentada.
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