O tempo atual é muito complicado, a comunicação é algo que as pessoas não estão interessadas, a ideia é lotar com vídeos na maioria inúteis em redes sociais e aplicativos, não tenho mais tempo para isto estando focado em coisa útil.
O primeiro sinal foi o fim dos convites para um café de máquina. Cortei após convidar uma conhecida e ela achar que a ideia era para outro fim que não fosse um mero café. Está no meu Whatsapp e não cumprimento mais. Fiquei chateado.
Neste novo tempo, o século XXI trouxe algo que eu não pensava: erotização como contexto. As pessoas acham que convites para sair estão implicitamente ligados ao sexo especialmente entre gêneros opostos.
Tomar cerveja, eu nem topo mais. Os assuntos são futebol, política ou sou usado como pessoa para desabafo. Não há nada que seja significativo, capaz de agregar, não são as escolhas das amizades.
Todo o problema é a falta de conhecimento, as pessoas ficaram superficiais, raramente salva-se alguém, a trivialidade reina e dá cartadas firmes em direção ao óbvio. Não há clima para um papo mais elevado ou culto.
Criou-se uma sociedade lixólatra, amparada no saber mínimo, valem mais as verdades pessoais em vez de análise sobre o real e sério problema que precisa ser o centro da discussão.
Neste sentido, o mundo ficou chato. Outro detalhe que observei é a ausência comunicativa, ou seja, se eu não dou um bom dia, a pessoa passa meses ou o ano inteiro sem falar comigo via aplicativo. Virei só um círculo a mais no Whatsapp.
A solução é tomar café com o quadro da Sophie Scholl. Ela fica lendo eternamente no quadro e eu posso ao menos imaginar sua leitura ou conclusão sobre aquilo que leu. É mais interessante diante do cenário colocado hoje em dia.
Por fim, eu prefiro até distância desta gente. Vídeos no status do Whatsapp eu nem olho mais. Se houver mensagem, respondo e senão, nem mando mais nada. Já passei dois meses sem receber mensagens e só mantenho celular pelo número.
Este é o mundo de hoje, infelizmente.
|