A música e a criança
Quando dizemos que a música faz parte do universo do indivíduo, o que queremos dizer, é que os seres humanos têm contato com os sons já dentro do útero materno, os sons que o próprio corpo produz passa a fazer parte da formação do pequeno ser que está sendo gerado.
Após o nascimento, o contato com os sons passa a ser ainda mais intenso, e o próprio bebê começa a emiti-los através de balbucios. O contato da criança com diferentes objetos é muito positivo, pois, através deles ela produz diversos sons de acordo com a intensidade de cada batida.
As crianças gostam de acompanhar as músicas com movimentos do corpo, tais como palmas, sapateados, danças, volteios de cabeça, mas, inicialmente, é esse movimento bilateral que ela irá realizar. E é a partir dessa relação entre o gesto e o som que a criança – ouvindo, cantando, imitando, dançando – constrói seu conhecimento sobre música, percorrendo o mesmo caminho do homem primitivo na exploração e na descoberta dos sons. (JEANDOT, 2008, p.19).
A influência que a música exerce sobre as crianças é incontestável e o adulto precisa aproveitar esse fator positivo, estimulando-as de diversas maneiras, o educador deve estar em constante atualização, pesquisando o universo musical a que a criança pertence, auxiliando-as na descoberta de novas formas de expressão através da música.
Segundo Ferreira (2002), o educador precisa ouvir muita música, deixar preconceitos de lado e experimentar diversos tipos, para saber selecionar aquilo que é adequado para o aprendizado da criança, ele não pode ser um mau ouvinte, pois desta forma, ele torna-se limitado, e essa não pode ser uma característica de um profissional da área da educação.
Enquanto Ferreira (2002) defende a idéia de que o professor não deve ser preconceituoso em relação à música, Snyders (1992), volta sua atenção mais para a escuta de músicas clássicas e a importância de fazer com que os alunos se aproximem deste tipo de obra.
Uma das dificuldades próprias da música é que normalmente gostamos de obras que já conhecemos (...) e até certo limite, quanto mais ouvimos uma obra musical mais nos emocionamos. É por isto que as primeiras, audições de estilos novos são tão dificilmente admitidas por uma classe (...) como ocorre com todos os exercícios escolares, a música se desenvolve no grupo (...) é preciso considerar a individualidade das alegrias, e tampouco essas alegrias os tocam no mesmo momento.
A partir dessa comparação, podemos dizer que ao ouvir diferentes tipos de obras, o aluno encontre algo que mais lhe agrade, e que talvez, a partir dela, chegue às outras. Resta ao professor situar e não restringir.
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