Sorrio, mesmo quando estou triste,
E minha alegria é a dor que eu sinto,
Mas o pranto que no meu peito existe
É a verdade que eu escondo e minto.
O choro nada mais é que o canto
Que desperta a noite que há no dia.
O meu olhar no espelho é o espanto
Que reflete a tristeza na alegria.
E, assim, sigo dizendo sempre o não,
Quando quero apenas dizer o sim.
Assim sigo guardando no coração
A vida morta que há em mim.
O caminho é o desvio sem emoção,
Colorindo o azul do céu de carmim.
E no crepúsculo tenho a sensação
De estar no começo do meu fim.
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