Falar em Engenharia é pensar primeiramente em viabilidade técnica e financeira. No caso gaúcho, havendo um estudo bem mais específico sobre toda a Hidrologia gaúcha, o problema técnico está resolvido. A parte financeira é aquela que pesa na questão da viabilidade. Quanto precisará, quem dará o aporte e por quanto tempo?
Uma alternativa é o deslocamento populacional optando por obras que demandem menos investimentos. O problema que deslocar pessoas requer outro bom estudo sobre detalhes técnicos pois há profissionais que não conseguirão desenvolver o mesmo em solo diferente. Cabe lembrar que há contaminação de solos em todo o Rio Grande do Sul limitando tais deslocamentos em massa. Geologicamente, o agricultor ou pecuarista precisarão de atenção pois não é todo solo que adapta-se para seus fins.
Voltando ao assunto de obras públicas, é preciso estudo bem mais detalhado para modelos importados. A matéria do Fantástico sobre soluções em outros países é uma alternativa para aplicação desde que a Geografia Física e a Hidrologia gaúcha sejam melhor estudadas e isto não será feito da noite ao dia. Modelos computacionais de alta precisão e dedicados serão urgentes nesta tarefa simulando possíveis impactos em situações mais críticas antes de botar a mão na massa para começar a fazer alguma coisa.
Há também questões de legislações ambientais e águas além de desapropriações e estudo de solo. Novos materiais estudados para estruturas atuais em residências serão feitos permitindo reforços. Há também todo um estudo de impacto que precisará ser verificado pelo poder público. Veja que simples obras poderão levar décadas até suas conclusões. Neste sentido, não é só Engenharia e sim Arquitetura. Elas trabalham de mãos dadas e não poderão ser pensadas de formas distintas.
Há também outro importante fator quando levamos em conta obras públicas: impactos em populações deslocadas. Isto será trabalhado pois ninguém quer abrir mão de sua terra, levando anos de disputas judiciais para receber aquilo que foi desapropriado ou até mesmo bloqueando ações dos governos inviabilizando obras públicas de grande extensão.
Por fim, é preciso deixar claro que a catástrofe demandará estudo bem mais específico obtendo informações mais assertivas. No caso, dados serão bem trabalhados antes que alguma medida concreta seja utilizada pois o fenômeno precisa ser melhor estudado e estudos mais refinados para ter certeza onde estarão caminhando obras de grandes proporções. Isto poderá levar alguns anos. Não é fácil.
|