Mesmo assim, Glória o acompanha até a beira da estrada.
- Aqui esta bom.
- Obrigado Lucas.
- Olha, o que for falar com ela, saiba que eles são seres.
- Eu sei Lucas.
- Limpe todo coração e deixe as mágoas para trás.
- Sim, eu entendo.
- Olha, ela faz ou fez o que fez por que foi este o dirigir que ela obteve.
- Eu a respeito, Lucas.
- Tomara que na hora dos atos conflitosos ainda esteja assim.
- Como assim, o que quer dizer com isso? Nisso, Lobato entende aquilo com sua ida.
- Adeus.
- Por que, não vou mais te ver?
- Não.
Glória vai até o garoto e o abraça nisso Lobato a chama.
- Vamos.
- Agora?
- Sim, aquela mulher sua mãe, quer te contar outras coisas.
Glória termina de se despedir de Lucas que segue pela estrada até entrar em um trecho a pequeno mato.
Na casa, assim que Glória entra ouve um tocar de violão, mudinho dedilha aquele instrumento enquanto Nádia banha a filha em uma tina de ferro.
- Oi Glória.
- Estou vendo que quer ficar mais cheirosa.
- Sim, minha mãe esta me limpando por que a tarde vamos ao médico.
- Médico?
- Sim, tenho que entregar os resultados dos exames para que ele me libere a estudar.
- Não vai á escola?
- Poucas vezes, eu me sinto mau lá, a professora vem três vezes por semana e me deixa lição.
Glória ouve aquilo enquanto ajuda Nádia a secar a filha, logo Felipa esta na cama e adormece ao som do violão, Nádia entrega algum dinheiro ao Mudinho que deseja tudo em sorte ali gesticulando e sai em sua carroça.
- A senhora vai trabalhar mais tarde?
- Não, vou ficar com Felipa por alguns dias.
- É sério o problema dela?
- O dr vai abrir os exames mais já me disse, ela tem o corpo bem fraquinho.
- A senhora é uma grande mãe.
- Não, eu fiz e faço ainda muitos erros por ai mais agora me diz, vai morar por aqui por perto?
- Meus pais foram buscar nossa mudança na fazenda, ele trabalhava lá.
- Que bom, tomara que fique por perto.
- Sim, acho que ficarei.
- Você estuda?
- Sim, vou ter de ser matriculada por aqui.
- Vai dar certo, olha você é muito agradável.
- Obrigada senhora.
- Pode deixar a senhora de lado, sou Nádia, pra você também, viu.
- Obrigada Nádia.
A mulher olha para Glória e sorri saindo para o canto do quarto onde pega um álbum pequeno de fotos.
- Acho que é o meu maior tesouro.
- São fotos de vocês?
- Sim, pegue, olhe.
Glória senta na cadeira ao lado da porta e abre aquele álbum com fotos de pessoas das quais nenhuma ela reconhece até ver uma foto no cais ao fundo uma embarcação, 3 homens bem novos, Nádia e outras 2 mulheres junto deles.
- Acho que já vi este homem aqui?
- Qual?
- Este. Aponta Glória para a mãe o homem.
- É o Natal, olhe se ele chegar perto de você, saia para longe.
- Por que?
- Ele é um bom cara, fato é que quando bebe não respeita a própria família.
- Nossa, não me parece.
- Pois é, graças ou não, ele esta de casamento marcado.
- Ele, com quem?
- Acredita, com minha irmã, só por parte de pai.
- Irmã, você tem irmãos?
Glória diz aquilo e fica um tanto enfurecida por Natal não ter contado nada sobre uma tia ou melhor, sobre ter tido um casamento com ela.
Nádia meio que percebe o choque daquele momento a garota ali a sua frente e vira a página até parar em uma no parque de diversão onde ela e a irmã estão no carrossel.
- Veja, ela é Dominique, minha irmã, mora numa fazenda a uns 50 km daqui.
- Ela é bem bonita.
- Pois é, ela já ganhou dois concurssos de garota estudantil.
- Nossa, mais ela é bem nova.
- Pois é, eu realmente não entendo por que aquele velho quer casa-la com este traste do Natal.
- Será que é por dinheiro?
- Quem, Natal, aquele trabalha nas embarcações, não ganha tão mau, gasta tudo nas bagunças, não tem uma telha para ficar debaixo.
- Nossa, muito triste.
- O quê, olha, a maioria dos caras aqui são assim, tem muito serviço, eles saem de um cedo e já estão em outro á tarde, mais pior é o pagamento, sempre baixo.
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