O autor inicia sua exposição acerca do neoliberalismo em uma perspectiva inovadora diante das ciências sociais, ao apresentar os Colóquios de Walter Lippmann e a Conferência de Mont Pélerin como precursoras do conceito de liberalismo enquanto permeado por um debate que está além de um consenso que encerre o significado do termo. A partir da década de 1990, o fenômeno liberal recebeu maior abrangência e passou a se inserir nos campos político, cultural, ideológico, refletindo a essência da sociedade, o que conferiu ao liberalismo, uma ideia vaga e ilimitada de seu significado, visto como incerto e indefinido. Nisso, percebe-se uma banalização do termo ao ser utilizado com frequência e de forma inadequada. A retomada de uma análise crítica sobre o tema se desenvolveu a partir do trabalho de alguns pensadores no campo acadêmico, como Foucault, Marx, Weber e Bourdieu, com a cautela de não se distanciar das lutas sociais e do seu dimensionamento político. Pode-se dizer que o projeto neoliberal foi acompanhado de objetivos conflitantes em relação à ideia de autonomia de mercado e de Estado regulador, apesar de manter seus diálogos com o plano social da interação humana, abrigando uma polêmica sobre a qual o neoliberalismo se sustenta: sua capacidade de transformar o meio em que se estabelece.
Disciplina: Teoria do Direito II
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