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LENTES DO TEMPO
BENEDITO JOSÉ CARDOSO

LENTES DO TEMPO


Pelas lentes do tempo olho
Percebo olhos vermelhos
Vejo lágrimas caindo
Inundando este chão
Sem poder decifrar
Sem poder entender
Vão pisando a terra
Que os olhos há de comer


Pelas lentes do tempo
Vejo um exército
Divido em uma nova era
No ar que respiro,
Ideologias vão surgindo,
Soldados e suas legiões
Entre opiniões há guerras


Pelas lentes do tempo
Vejo bandeiras vermelhas,
Verde, azul, branca,
Só não vejo aquela
Vejo soldados desnorteados
Em suas trincheiras amarelas


Pelas lentes do tempo
Percebo que assistem a tudo calados
Nessa guerra de lados opostos,
Vendo o cinismo se infiltrando,
Tentando imperar,


Pelas lentes do tempo vejo
O que importa não é a pessoa,
O que importa não é o povo,
O que importa não é a sociedade,
O que importa não é o soldado morto,
O que importa não é um policial morto.
O que importa mesmo é tentar enganar mais uma vez
Com palavras macias, promessas vazias em busca do voto popular, bichos escrotos


Pelas lentes do tempo o soldado agoniza solitário,
Sua fala não consegue acordar parte desta nação em euforia,


Pelas lentes do tempo vejo um povo esquecido do pretérito, aviltado por essa quadrilha de renegados e dos milhões desviados,

Vejo essa mesma quadrilha que hoje cega os incrédulos. Algema os cérebros com planos maquiavélicos de indução


Pelas lentes do tempo vejo
A nação seguindo em passos descompassados
Passos assustados, o povo, o passado
Avançando as fronteiras do nosso imaginário
Lançando-se a dianteira de mãos dadas,



Pelas lentes do tempo percebo os inimigos de forma sorrateira em busca do poder pelo poder.
Nessa guerra entre o bem e o mal, estados se dividem numa luta desigual.
Confundindo, ludibriando a consciência, gerando conflitos.
E a inconsequência da discrepância, da imoralidade em tela, Numa lavagem cerebral sem precedentes, à consequência


Pelas lentes do tempo

Unidas por um só ideal às garras do mal, que no palanque de outrora, no teatro imoral se digladiavam,
Destilavam a verdade em frases de corrupção exacerbada,


Pelas lentes do tempo

O hoje, se unem em prol da "democracia", em nome da "constituição".


Pelas lentes do tempo

A hombridade deixada de lado, mostrando a cara da verdade e da enganação
A cada palavra mal dita, maldita política do poder da ilusão


Pelas lentes do tempo
O crime mostrando a sua face, em face da pura alienação do ser no presente
Que refletirá à sua decisão numa lente futura

Cardoso 


Biografia:
"As obras do artista só têm valor, quando consegue atingir a sensibilidade daqueles que entendem"
Número de vezes que este texto foi lido: 59659


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