QUANDO MORRIR.
Me chamava Jouling, eu despertava ciúme e inveja nos amigos, admiração e respeito nos superiores. Convivia com o afeto dos mestres, falsidade e despeito dos colegas.
Como monge budista tibetano tinha a função de sair com um contingente de aprendiz para coletar e estudar as ervas e plantas medicinais, cujo objetivo seria a produção de remédio. O serviço tinha que ser bem-arquitetado visando total segurança do grupo, íamos circundar a cordilheira dos Himalaias, e dependendo da época podia ser inóspita e sem meios de sobrevivência humana, devido às condições climáticas.
Estávamos já há mais de 12 dias naquela árdua tarefa de coletar insumos para medicamento, numa mata densa e fechada, caia uma neblina muito intensa e a friagem predominava.
Tínhamos que nos apressar, pois, logo anoiteceria e deveríamos retornar o mais rápido ao acampamento.
A norma do Mosteiro era sempre formamos duplas, meu parceiro Fonklig, sentido se extenuado e afoito para alcançar o alojamento se apressou me deixando para trás.
Escorreguei numa folha empossada de água lodosa e deslizando cerca de um metro e meio caindo direto num poço escuro e profundo. Na decida fui batendo nas laterais de todas as formas de modo que ao atingir o fundo não dispunha mais de vida.
Nunca mais fui encontrado.
Hoje estou aqui numa nova caminhada.
Autor: Jonas Vasconcelos.
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