Se passo por uma crise, é meu interior que sofre.
Se não sei o rumo de mim, nem vejo as curvas do tempo,
perdendo-me dentro de mim, em meus cantos escuros,
eu mesma preciso me encontrar, e estou ali, não fugi.
Mas sei, não me vejo, falta luz, falta sol, calor.
Se caio ou meus pés tem bolhas, levanto-me, continuo,
como ave morta, asas quebradas, renasço das cinzas,
e vivo, vivo aqui, o sangue pulsa, o coração bate em mim.
As dificuldades, as crises, as angústias, elas ensinam,
que não sou super mulher, posso ser forte, mas frágil,
preciso ajuda, algo fora de mim, Meu Deus, que acolhe.
Ah! Pai querido! É em ti, no teu seio, no teu colo que deito,
e descanso minha alma, meu coração, entrego meu lamento,
dou-te meu choro e deixo-me quieta, receber o teu alento...
Maria
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