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Por esse motivo acho que também preciso do silêncio. Se ele preserva, não tenho me preservado. Se ele nos devolve o equilíbrio, é por não saber calar que tenho vivido loucamente.
Se ele abranda os sentimentos, talvez ficando quieta, consiga esquecer - será que o sol esqueceu a lua depois que silenciou sua luz? - . Se o silêncio é prudente mais um motivo muito forte para calar a minha voz.
Se soubessem quem sou... Se só soubessem quem sou, o que trago comigo, junto comigo, entenderiam porque sou assim.
Eu nunca tinha entendido assim. Sempre pensei de outro jeito. Vou pensar sobre isso. Quem foi que disse:
- Se há silêncio há vida!?
Preciso refletir mais sobre tudo isso. Afinal é minha vida. Que não tem andado para frente. Por mais que lute parece que ando de ré.
Sempre voltando ao início, ao ponto de partida. Sempre buscando o passado, onde fui mais feliz, onde era inocente dos sentimentos e vivia cada dia na intensidade que ele vinha.
Agora? Agora o dia vem como um rolo compressor sobre meu corpo e derruba tudo. Um dia fico bem e em cinco, caio no vazio e na dor, que já nem sei mais de que lado vem mais. Se do lado de lá ou do lado de cá.
Hoje, é um dia especial. Abri os olhos para algo que ainda não tinha visto. E você minha amiga virtual me mostrou.
O silêncio... Ah, o silêncio. É com ele que devo compartilhar minha dor, meu choro, minhas lágrimas. É para ele que devo falar do meu amor, da minha alegria em viver, da felicidade de poder sentir, falar, pensar..
Ele só ouve, não fala, mas aceita tudo quietinho. E preserva, esconde, guarda com carinho. Preciso do silêncio. Talvez a luz do sol está me dizendo isso ao cruzar silenciosa em meu céu. Com seu silêncio falando a mim:
- Fica quieta Maria, para não queimar teu cerne, para preservar tua vida, para poder continuar a viver e amar, sem ferir, sem machucar, sem magoar, só amar... e viver... só amar.... e viver... em silêncio, completo silêncio...
Maria
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