Jocyane termina de lavar a louça do almoço, ela não preparou a comida, ficara trancada no quarto, ao choro, sentindo a dor da agressão que recebera de Daniel, agora que ele já fora ela termina de lavar e vai ao banheiro, com certa dificuldade toma banho, cada gota de água que cai no rosto, costas, braços é como se fosse pedradas, em alguns momentos ela grita ali, terminado o banho veste calcinha, vestido leve, sandália e sai do apartamento, caminha pelas ruas
da comunidade até parar frente a um portão de garagem, aciona a campainha e logo um garoto vem até o portão.
- É você, entra.
- Oi menino.
- Oi.
Jo entra num quintal bem cuidado cheio de plantas, uvas, algumas árvores e para frente a imagem de NOSSA SENHORA APARECIDA ali presta reverência e respeito a santa de sua devoção.
- Oi filha.
- Lao, por favor , me ajude.
Laodicéia olha para Jo que tira o óculos de sol e ali as marcas da agressão sofrida.
- Meu Deus do céu, ele te fez isso?
- Fez.
- Vamos para a policia, agora.
- Não, eu não posso, você sabe muito bem disso.
- Me deixe ver.
Jo tira a máscara ali e Laodicéia vê as marcas de uma agressão covarde, sempre trazendo uma reza e um pedido a santa ela faz uns benzimentos ali.
- Filha, ele não pode fazer isso, ele é louco?
- Por favor Lao faz um dos seus banhos para mim.
- Claro entre.
Ali num quarto simples, ao fundo um altar de santos da igreja católica, Jocyane veste uma túnica branca, recebe canecos de um banho de ervas medicinais no corpo seguido de rezas e cânticos, logo ela sente um frescor no corpo e o sono lhe apodera, uma jovem ajuda Lao a seca-la e deita-la numa cama simples forrada em sacos de panos brancos.
- Durma muito minha querida.
Lao sai dali e faz a moça escrever um bilhete, entrega este ao garoto.
- Dê isto ao Daniel, fale a ele que quero ve-lo.
- Sim senhora. O garoto corre pelas ruas estreitas até parar num bar onde entrega o bilhete a Daniel.
- Diz pra velha que depois eu vou ve-la.
- Tá.
- Pegue uns doces ai, eu pago, vai muleke.
- Sim, obrigado.
O garoto retorna para casa de Lao com uma sacolinha de doces.
Aline dorme enquanto Lady Carla entra ali junto de Judite.
- Ela esta dormindo, vamos.
- Mãe.
Ela acorda vendo a mãe e o irmão ali.
- Vocês estão aqui?
- O que foi mulher, quis morrer e desistiu, é isso?
- Tá louco é Carla. Os irmãos riem ali do acidente enquanto Judite olha para a filha com carinho estampado.
- Filha, você esta bem minha querida, esta?
- Estou mãe.
- Tá mesmo?
- Sim, pode acreditar, eu estou.
Carla vai para perto da irmã.
- E ai, como você conseguiu isso, ser atropelada por um ricaço e além de tudo, gato?
- Olha ai, tá ouvindo mãe, ela arrumando problemas para mim, oh mãe.
- Meninas, parem com isso. Risos.
- E as crianças, onde estão meus filhos?
- Deixei com a Neuza.
- Eles ja sabem, o que disseram?
- O Nilo sim, as meninas não, não sabem de nada nem desconfiam.
- E ele?
- Você sabe muito bem, aquele garoto é um adulto disfarçado só pode ser isso, ja notou como ele nos olha sempre ciente de tudo numa calam impressionante, jura vai irmã, ele não é um anão extraterrestre, vai diz ai?
- Ele sempre foi assim, como muito mais juizo e calma do que eu mesma, dono de uma inteligência invejável.
- Bem melhor que a mãe. Risos.
- Ah tá.
- E ai?
- Ai o quê?
- Quem são eles, quem é ele, o gato?
- Ele veio me ver, mais você bem que em conhece eu não fico entrevistando especulando as pessoas, ele me deu um cartão o advogado deles também, deve estar ai numa gaveta dessas.
- Por falar em gavetas, menina que sorte, que apartamento, que lugar é esse, nem nos sonhos hein, achei tudo lindo aqui. Risos.
Quando Aline vai falar com elas mais sobre, alguém bate de leve a porta do quarto, logo entram ali Gustavo e Marcelo.
300321....
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