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Texto selecionado
Bile negra |
Flora Fernweh |
Me afoguei na aguardente de uma vida comum
que se aguarda inconstante feito escuro líquido
derramado na profundeza de um vazio insípido
em torrentes que chovem, as tristezas de um bebum
A nuvem negra paira antes do brilho da manhã
estremecendo o corpo com gotas agulhadas
o sol do dia não raiou, nem uma luz acanhada
adentrou nas trevas da borbulhante agrura pagã
Cura para o que sou e explicação dos mistérios
nunca existiram, empenhar-se é teimosa crueldade
com o mundo já cansado de chorar cemitérios
É somente com as lágrimas da vida que salgo
as águas doces da ilusão brusca e repentina
em marés castanhas de meu eu: figadal fidalgo
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Biografia: Sobre minha pessoa, pouco sei, mas posso dizer que sou aquela que na vida anda só, que faz da escrita sua amante, que desvenda as veredas mais profundas do deserto que nela existe, que transborda suas paixões do modo mais feroz, que nunca está em lugar algum, mas que jamais deixará de ser um mistério a ser desvendado pelas ventanias. |
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