Priva-me da seda, do linho e do algodão
Do toque macio e sutil da pétala delicada
Tira-me toda e qualquer gostosa sensação
Mas deixa-me o abraço da minha amada
Priva-me dos mergulhos e banhos de mar
Do prazer tátil e de tudo que é uma delícia
Tira-me o agasalho, a fogueira, meu lar
Mas deixa-me ao menos sua leve carícia
Priva-me do doce, do azedo, do salgado
De fruta, peixe, goiabada e do queijo
Tira-me o vinho, esse néctar do pecado
Mas deixa-me o gosto do seu beijo
Priva-me do uirapuru, Mozart e Bach
Chico, Caetano e Paulinho Tapajós
Tira-me a música e o dó-ré-mi-fa
Mas deixa-me o encanto da sua voz
Priva-me da maravilha de uma dança
Da leitura de um conto de fada
Tira-me o sorriso de uma criança
Mas deixa-me a sua gargalhada
Priva-me de Van Gogh, Monet e Picasso
Do sol, das estrelas e da magia do luar
Tira-me o trabalho... E gosto do que faço
Mas deixa-me o brilho do seu olhar
Priva-me de tudo, nada disso importa
Tira-me a alegria, a esperança e a vida
Priva-me do caminho...Fecha-me tua porta
Mas deixa-me viver com minha querida
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