*7: As luzes da cidade.
A cidade acordou,
pôs suas luzes de volta ao vento,
em meio à escuridão da noite.
A noite linda,
piscante de luzes
com brilho flamejante,
é agitada sem descanso...
e com fim.
Fim que se inicia
com um novo amanhecer;
com a gente que não fez a noite,
mas agora fará o dia.
O dia se pôs...
se pôs com suor escorrido
da face com o sussurro
do motor do ônibus
que aqui dentro vira navegador
de um mar delirante de sonhos.
Os sonhos se fazem com esperança
de uma vida melhor com a esperança
do que desde sempre se esperou viver.
O sonho que realizado
dá origem à outro sonho
que destruído, afoga o mundo
na escuridão da angustia.
A angustia que foi plantada
em um coração viajante de sonhos,
que foi originada dos próprios sonhos,
e que só a esperança dada pelos sonhos
extinguirá essa angustia.
A extinção que leva a dor
e nos deixa a cicatriz,
que extingue a mágoa
e nos deixa aptos ao amor;
e que pelo amor é extinta a extinção.
Sendo feito o dito,
no coração extinto,
se brota a cidade iluminada com ternura.
O dia se levanta e se aquece
com amor que apagou a angustia,
pois o amor nasceu;
cresceu, e criou novos sonhos,
sem começo para não ter fim.
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