Tenho no peito uma dor indizível
De bala que corta e me deixa sangrar...
Há numa guerra um horror desprezível
Do sangue que corre e não sabe acabar...
Tenho da guerra um medo sem fim,
De modo que penso em que posso pensar...
Do sangue inocente num alvo marfim,
Ninguém nessa guerra guerreiro será...
Há tanta morte que não vejo sina
Tão bela e fugaz que parecer possa,
Tão certa e capaz, e tão pequenina
E nessa sangria que a terra destroça,
Nem padece mais a luz divina
Sobre um corpo jogado na fossa.
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