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A falta de sorte deles
DIRCEU DETROZ

Trazidos de volta à vida pelo cinema alguns até eram fofinhos. Na cabeça de muitos passou a ideia de levar um para casa como bichinho de estimação. Claro que alguns precisavam ter a cara de mau. A bilheteria seria um fracasso sem esses vilões malvados.

Apesar de a ciência ainda não trazer nenhum deles de volta à vida, é difícil que se passe um ano sem que eles não sejam o assunto de alguma reportagem das revistas científicas. Acredita-se que eles apareceram no planeta há 233 milhões de anos, reinando absolutos entre os períodos Triássico e o Cretáceo por 176 milhões de anos. Estão extintos há 66 milhões de anos. Estou falando dos dinossauros.

Espalhados por toda a pirâmide social, sabemos que a cada dia cresce o número de humanos negando a ciência. Só a ciência seria capaz de revelar o antes, o durante e o depois que levou à extinção os dinossauros. Para causar a morte desses gigantes de muitas toneladas teria de ser um evento de beleza catastrófica. E foi.

O periódico científico “Nature Communications”, publicou um estudo que traz uma simulação de computador mostrando que para os dinossauros o asteroide com 17 km de largura e uma velocidade de 12 km por segundo atingiu a Terra no pior ângulo possível. Entre 45 e 60 graus na direção nordeste. Uma falta de sorte danada.

Os cálculos foram feitos com base na cratera “Chicxulub”, na Península de Yucatán. A cratera com 200 km de diâmetro hoje está parcialmente submersa no Golfo do México. Foi descoberta na década de 70 por geofísicos que procuravam petróleo.

O impacto foi equivalente à explosão de dois milhões de bombas atômicas. O ângulo de 60 graus maximizou a quantidade de gases na atmosfera superior, dali se espalhando pelo planeta. Além do impacto, as várias mudanças climáticas causaram a morte de três terços das formas de vidas existentes. Nada adiantou ser fofo nem ter a cara de mau.

O enxofre foi o grande vilão dessa extinção em massa conhecida como “K-pg”. Na forma de aerossóis, as rochas liberaram tanto desse elemento químico que bloqueou os raios solares impedindo a fotossíntese das plantas. Esse evento também foi o causador da chuva ácida. O planeta esfriou drástica e rapidamente.

Devemos a nossa sorte a falta de sorte dos dinossauros. Sem um asteroide dessas dimensões atingir o planeta, com certeza absoluta não teríamos evoluídos e tomado o trono para reinar nos últimos 350 mil anos, 50 mil anos de modernidade.

Possivelmente não estaremos mais aqui na chegada do próximo asteroide com esse tamanho mesmo que ele já esteja vindo. Se com outra ajuda da sorte ainda estarmos, o detalhe assustador. Saberemos como será o nosso fim. Os dinossauros não sabiam.


Biografia:
Sou catarinense, natural da cidade de Rio Negrinho. Minhas colunas são publicadas as sextas-feiras, no Jornal do Povo. Uma atividade sem remuneração.Meus poemas eu publico em alguns sites. Meu e-mail para contato é: dirzz@uol.com.br.
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