Conforme o escritor inglês G.K Chesterton, “o certo é certo, mesmo que ninguém o faça. O errado é errado, mesmo que todos se enganem sobre ele. De modo análogo, é nítida na sociedade contemporânea, a ênfase no impacto das consequências relacionadas às atitudes antiéticas em equivocada posição superior à simples transparência de um fazer ético independente do grau de seus efeitos, visto que a unidade primordial do indivíduo se designa caráter. Em uma perspectiva antropológica, a honestidade sempre permeou relações civilizacionais que prezam pela integridade dos atos, fator que relaciona o livre-arbítrio à possibilidade de escolha entre tomar determinadas decisões. O fato de agir corretamente encontra-se isolado do vício alheio de constatá-lo e livre de quaisquer necessidades de comprovar ao grande público sua existência imediata, pois geralmente são reconhecidos por suas implicações futuras concebidas na prática.
O devido valor dado às ações corretas e exemplares se manifesta nos índices de desenvolvimento de uma nação. Países em que ocorre o predomínio de disparidades econômicas e desigualdades sociais, por exemplo, não dispõem de recursos para promover a atividade ética nos diversos setores, e sofrem com instabilidades cujo embrião é a falta de caráter por trás das forças maiores que os regem. Observa-se a importância da virtude e do bom senso nos múltiplos segmentos sociais, entre eles, destacam-se a ética religiosa, seus reflexos na união entre pessoas de diferentes crenças e seu peso em um planeta constantemente assolado por conflitos; a bioética, sua notabilidade em equilibrar a vida na Terra e seguir ordens naturais, responsabilizando-se por transmitir informações científicas verídicas ao público leigo; a ética política, que encontra-se atualmente enfraquecida em diversos países e inclusive no Brasil, configurando um cenário alarmante, marcado por corrosão, declínio e depreciação; além da ética ambiental, retratada como alternativa futurista e contrária ao mercantilismo natural. No contexto nacional, há muitas políticas que podem ser adotadas a fim de garantir a preservação de biomas essenciais à sobrevivência de inúmeras espécies, como a Amazônia e o Cerrado, proporcionando um legado de sustentabilidade e ecologia às próximas gerações.
Diante de um panorama global marcado pela decadência exponencial da ética, pela crise das relações interpessoais, e pela dissipação de valores como pluralismo, solidariedade e honestidade, faz-se necessária a busca por soluções eficientes. Entre, elas, ressaltam-se: o papel institucional desempenhado pela família brasileira, como modeladora social e difusora de bases sólidas, a importância cidadã em participar ativamente do meio político, elegendo representantes de forma democrática e buscando uma justiça competente, além disso, destaca-se a importância da educação como formadora de senso crítico e da mobilização social que visa o amadurecimento gradativo dos indivíduos e torne a sociedade contemporânea apta a evoluir.
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