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O GRANDE BLOCO DE MÁRMORE
devilirio

Sempre tive gosto por deslumbrar magníficas esculturas com todos os seus detalhes realistas e olhares dos quais quase consegue-se captar sentimento. Desejei do fundo do meu coração uma dessas para chamar de minha, considero-me merecedora, afinal, também carrego algumas verdades.
No entanto, nem sempre temos a sorte de receber a porta de casa uma obra prima de Michelangelo para decorar a sala de estar. Na maioria das vezes, como no meu caso, tem que se enfrentar o bloco de mármore. Uma assustadora e fria pedra, que te encara como um desafio indecifrável e ameaça te esculpir ela mesma a cada segundo que a encara planejando a próxima martelada. E ela o faz, durante o processo, ao ponderar acerca de quais curvas e efeitos mais te agradam, seu olhar e seu eu são aguçados para descobrir os mais específicos detalhes que irão enfeitar não somente o cômodo, mas também o seu ser.
O trabalho foi árduo, por fim, restam poucos ajustes a serem feitos, mas tal peça já deveria estar a me iluminar. Não sei o que falta, seus olhos quase exprimem sentimento, suas mãos quase emanam calor, ao encostar a cabeça em seu peito quase ouço as batidas, quase, quase, quase... Achei que possuir a peça afastaria-me dessa palavra e aproximaria-me do fato, mas não, continua a ser pedra, fria e imóvel. Qualquer que seja minha próxima martelada, a ela não faz diferença, se eu partir, indiferente também será sua expressão. Como posso pautar a decoração do meu lar em algo apático à parte mais importante dele: eu. Mesmo que possua as mais belas curvas, os mais apaixonantes olhos e o mais aconchegante abraço... é tudo falso, é tudo pedra e nunca deixará de ser.


Biografia:
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