Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
NÓIA DE PRETO ALEIJADO
jessé barbosa de oliveira

NÓIA DE PRETO ALEIJADO


Estou estafado de ficar confinado aos muros:
aos muros de mim mesmo.
Queria era poder suplantá-los para chegar até a balsa
da divagante consciência e, por sua vez, ao singrar o rio das idéias
confusas, triunfar sobre as miríades das sentimentais tormentas materializadas em angustiada solitude, cheia de resignada fleuma:
pesarosa, soturna, cativa, profunda, eterna lufada de incertezas.


Na verdade, gostaria, realmente, de que meus pensamentos pudessem transpor os escolhos que são encontrados
ao longo da vastidão do mar da memória:
pois quem lhes lança uma olhadela não acredita;
ao contrário, crê em sua doce e angélica fisionomia.
No entanto, mais que bela perfídia:
infelizmente, eles se irmanam á água-viva:
esta, tão meiga, cândida, inócua, mádida, garrida;
arde, fere, lacera, calcina.   
Oh! como gostaria de achar um caminho que me conduzisse
á saída do alcácer de meu ego.
Em verdade, como quero que meus pensamentos sobrepujem-lhe,
sem medo, a fina, forte e ferina soleira de nocivos sortilégios!


Então, liberto, vagar á procura:
á procura d’outros escravos da mesma egocêntrica angústia:
os quais, assim como eu, a alimentam
com o oceano caudaloso de surreais lirismos de desventuras
corriqueiras jazidas em lúgubres e áridas sepulturas
de anônima tristeza puritanamente impúdica.







Ah, mais o quão me agradaria, a seguir, de penetrar a matéria de seus cérebros: daí, esquadrinhar-lhes todo o complexo
até achar os nichos que portam o vírus, a anomalia
do rio-mar-oceano perene da passionalidade excessiva.


Não obstante, gostaria de fazer a prospecção de seu terreno
para ver se é possível que se possa criar um antídoto.
Antídoto que nos possa curar da chaga
que é o câncer do hedonismo:
câncer este, o qual, silentemente, nos corroe por dentro:
então, apenas, se revelando fatalista, quando a hemorragia irrompe da pele, derramando, no vazio incógnito do ocaso, até a última gota da água que alimenta continuamente os nossos corpos, ali exaustos, os quais, outrora, se achavam, cintilantemente, animados.


Ah! que pena,
meu banho de sol termina.
Ah, infelizmente, vejo-me encerrar, de novo,
na penitenciária da atroz e sensaborosa rotina.
Sim, e, assim, confinado na antiga cela da controversão,
sinto o vagalhão da vazia brancura me tocar com sua insistente mão de desilusão. Sinto o mais que conhecido gosto da velha melancolia soçobrar o fluxo da manancial de minha reflexão até aí incontida.
Ah, como quero poder transpor as fronteiras da prisão do egoísmo
para semear em meu solo, quase maninho, o rio da liberdade de consciência, onde germinem flores de pensamentos altruístas.
Oh, como quero que os raios do sol do altruísmo
incidam sobre as retinas da minha mente de hiena faminta.

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA


Biografia:
MEU NOME É JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA. NASCI NA CIDADE DO SALVADOR, BAHIA EM JUNHO DE 1982. EXARO POEMAS DESDE OS DEZESSEIS ANOS DE IDADE E ULTIMAMENTE TENHO O ENSEJO DE PODER PUBLICÁ-LOS EM ALGUNS NICHOS DE POESIA PRESENTES NO COSMO CIBERNÉTICO. CONTUDO, APESAR DE USAR A POESIA COMO UM INSTRUMENTO DE CATARSE PESSOAL E TAMBÉM FERRAMENTA DE REFLEXÕES SOBRE O MUNDO EM QUE VIVEMOS, NÃO ME CONSIDERO UM POETA POIS ESTE É UM ALQUIMISTA DA PALAVRA ÁCIDA. EM OUTROS TERMOS, QUERO DIZER QUE O BARDO É AQUELE CAPAZ DE TRANSMUDAR CHUMBO DA COTIDIANA EM ROSAS DE OURO. EM DERRADEIRA ANÁLISE, EU GOSTARIA DIZER QUE TODOS TEMOS QUE PROCURAR UM CAMINHO PARA NOS EMANCIPAR MESMO QUE SAIBAMOS QUE MUITOS DE NÓS TROPEGAREMOS EM VEZ DE CAVALGARMOS. SIM, E É POR ISSO QUE MINHA PESSOA ESCREVE: PARA QUE, NO TROPEGAR DE MINHA POESIA, EU POSSA ENCONTRAR A LIBERDADE. FALO TAL COISA, PORQUE UMA VEZ MARTIN LUTHER KING DISSE: --- "PODEM APRISIONAR MEU CORPO, MAS NÃO A MINHA MENTE". ATENÇÃO: TODOS OS POEMAS FORAM REGISTRADOS PELA BIBLIOTECA NACIONAL, SITUADA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E SE ENCONTRAM SOB A PROTEÇÃO DA LEI DOS DIREITOS AUTORAIS N° 9.610/98
Número de vezes que este texto foi lido: 61682


Outros títulos do mesmo autor

Poesias CÓRREGOS DE EPIFANIA jessé barbosa de oliveira
Poesias A PROSPECÇÃO DA PAISAGEM jessé barbosa de oliveira
Poesias NÓIA DE PRETO ALEIJADO jessé barbosa de oliveira
Poesias EL DOLOR MIO jessé barbosa de oliveira
Poesias HORAS NOTURNAS jessé barbosa de oliveira
Poesias ∑ LIMBO DA CONSCIÊNCIA jessé barbosa de oliveira
Poesias CHUVAS DE PENSAMENTO jessé barbosa de oliveira
Poesias POEMA DO DEPOIS jessé barbosa de oliveira
Poesias ALBATROZES, GELADAS E GILETES jessé barbosa de oliveira

Páginas: Primeira Anterior

Publicações de número 11 até 19 de um total de 19.


escrita@komedi.com.br © 2025
 
  Textos mais lidos
Resumo - Direito da Criança e do Adolescente - Isadora Welzel 62674 Visitas
A SEMIOSE NA SEMIÓTICA DE PEIRCE - ELVAIR GROSSI 62654 Visitas
Mistério - Flávio Villa-Lobos 62509 Visitas
A Aia - Eça de Queiroz 62479 Visitas
Legibilidade (Configurando) - Luiz Paulo Santana 62473 Visitas
Parada para Pensar - Nilton Salvador 62448 Visitas
RODOVIA RÉGIS BITTENCOURT - BR 116 - Arnaldo Agria Huss 62446 Visitas
Minha Amiga Ana - J. Miguel 62436 Visitas
MEDUSA - Lívia Santana 62426 Visitas
Você acredita em Milagres? - Keiti Matsubara 62422 Visitas

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última