Olho a chuva.
Pela janela, ela cae vertinigiosamente sobre a relva verde e as fachadas dos prédios carregados de cimento e suor.
Me perco um pouco nos pingos que caem sobre o vidro embaçado e lembranças distantes vêem me açoitar como o vento que uiva junto com a chuva.
Nelas estou perdida numa profusão de histórias confusas isenta da sorte de revive-las e fazer diferente. Que se perderam.
Se perderam como tantas coisas no meu passado.
Resta a saudade. Ela traz também arrependimento pelo que deixei de viver, pelas escolhas erradas, pelos passos mal dados,por uma vida desperdiçada.
Volto pra chuva.
Ela é transformadora.
|