JUSTO
Justo é o silêncio que fala
muito mais que a própria voz.
É o sentimento que, em nós,
traduz paz e calmaria...
E entrega - dia a dia -
toda verdade, em clareza,
nos dando tantas certezas
das coisas que tem valhia.
Justo é o olhar que nos ronda
e enxerga o que não sabemos...
Guardando o que merecemos
além das próprias retinas.
...Justo é quem atende a sina
- entre ressábios e ânsias -
sorvendo pelas distâncias
tudo que a vida lhe ensina.
Justo é saber ser o mesmo
na eternidade do tempo...
É encontrar seus exemplos
na luz da sinceridade...
E, ao desfazer a vaidade,
ver-se no espelho da alma.
Moldando passos, com calma,
sobre os rumos da verdade.
Justo é o coração andante
- baú de sonhos, saudades... -
com tamanha claridade
diante à sombra do caminho.
- Justo é ser como o espinho
que, ao ferir a primavera,
aceita enfeitar taperas
junto aos invernos, sozinho.
Justa a palavra firmada
pela consciência do homem...
- Pois nada apaga ou consome
um rastro, caso for feito
pelo caráter, com jeito...
Deixando, assim, ao futuro,
intenções do querer puro
que cada um traz no peito!
|