NOS ESCOMBROS DO AMOR
Sabe, quando todos os caminhos estão fechados?
Quando ergam muralhas ao seu redor?
Quando seu mundo todo desaba?
Quando te batem, te ferem, sem dó?
Sabe, quando o circo pega fogo?
Quando o tsunami devasta até mesmo as montanhas?
Deixando marcas de isolação tão horríveis, estranhas?
Pois foi assim, que o meu pobre coração ficou,
Dilacerado.
Quando das redes sociais, meu nome você bloqueou,
Minhas mensagens virtuais você não leu
Minha carta escrita você rasgou
E por último, meus apelos pelo lado de fora do seu portão
Você não atendeu
Deu queixa à polícia e preso fiquei
Alegando que fiz barulho pro bairro inteiro
Que te incomodei.
E fui para o cárcere do amor
Onde a paixão não tem voz e nem vez
Machucado e banido de corpo e de alma
Fui sem razão, talvez. Por ti esquecido.
E... É nessas horas, meu Deus!
Nem amigos a gente tem!
O banco da praça passa ter maior conforto.
Lá você se acha no céu, mesmo estando no fundo do poço!
Os companheiros do bar: um copo e uma garrafa vazia
Até mesmo as cinzas do cigarro se vão, em vão companhia!
E o dono do bar pra acabar de matar,
Faz tocar um modão,
Daqueles que faz machucar, arrasar qualquer coração!
Aí você toma o último gole.
Não sabe onde está,
Não se reconhece,
Não sente, não ver nada. Adormece!
É escárnio de si mesmo e do outro!
Mas há controvérsia...
Mesmo entre os detritos,
Preso, sufocado, detido...
Mesmo sem lucidez – inconsciente,
Mesmo sem o coração bater – batendo,
Mesmo sem poder ouvir – escuto
Sua voz me dizendo:
Por mais longe que esteja
Por pior que seja sua dor.
Ninguém esquece quem o ama
Mesmo estando preso
Nos escombros do amor.
Derlanio Alves - janeiro 2019 – poesia: Nos escombros do amor.
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