14
Sofia recebe os cuidados com direito a beijos no local do curativo.
- Pronto querida, não foi nada.
Rogério conversa com Amanda por telefone já que Laysla ligara pra ela.
- Fique tranquila, foi só um tombo do balanço, já falamos com ela em leva-la ao hospital, mais ela é irredutível neste assunto.
- Injeção, esta ai algo que a faz estremecer só em pensar. Risos.
Laysla olha para Marcelo.
- E você?
- O que tem eu?
- Reside onde?
- Bem dona Laysla...
- Pode me chamar só de Laysla, por favor.
- Sim Laysla, eu moro aqui.
- Aqui?
- Sim.
- Como assim, você divide o lugar com ele?
- Na realidade, eu sou....
- Marcelo.
- O que foi Rogério?
- Por favor prepare um café para a gente.
- Por que, você odeia meu café.
- Por favor.
- Tudo bem, com licença.
- Toda.
Marcelo sai dali amargando tudo aquilo, Sofia sorri para a vó que lhe retribui ao mesmo gesto.
- D. Laysla.
- O que foi Rogério.
- Sua filha vai chegar mais cedo do que o combinado, ela falou com a patroa dela e tudo certo.
- Entendo, acho que vou ficar por aqui, posso?
- Como queira. Os dois se olham até que ela sai do sofá e segue para a cozinha.
- Marcelo.
- Sim d. Laysla.
- Me chame de....
- Laysla, me desculpe.
- Tudo bem, essa casa precisa de uma boa limpeza, acho que vou me divertir um pouco aqui, posso?
- Bem, ja que quer, por mim, tudo bem Laysla.
- Ótimo então vocês dois vão para um lugar tomar umas enquanto eu e minha neta fazemos uma boa limpeza aqui.
- Se não achar ruim, prefiro ficar e te ajudar Laysla?
- Adorei, pronto ja te gosto. Risos.
Rogério sai com Sofia enquanto Marcelo ajuda Lasysla na limpeza, ela termina o café que ele havia posto a água no fogo, ambos trabalham ali de igual, sempre conversando e rindo muito.
Entre uma limpeza e outra e lavagens, arrumo de armário de roupas, limpeza do refrigerador eles vão se abrindo até que...
- Marcelo.
- Sim Laysla.
- A quanto tempo estão juntos?
- Eu e o Ro?
- Sim.
- Há mais de 5 anos, acho. Só ai ele se dá conta do que acabara de dizer.
- D. Laysla.
- Não precisa consertar, eu já tinha percebido.
- Como?
- Pelo olhar, colega.
- D. Laysla.
- Marcelo, não sou tão boba assim, tenho colegas, amigos amados que são gays.
- Dona.
- Por favor, não vamos retroceder em nossa amizade por favor, Marcelo, te entendo mais do que imagina, não me faça de estranha no ninho, não me cabe isso, entende.
- Me desculpe.
- Só quero que me diga algo.
- O que d. Laysla?
- Onde minha Amanda entra nisso tudo, entre vocês eu digo?
- Senhora...
- Sem formalidades por favor, afinal ja somos amigos ou não somos?
- Bem...
- Olhe, sou suficiente madura para enteder um pouco até mais do que você desse negócio de vida e viver, não acha?
- Bem...
- Pode me dizer, amigo.
- É que eu acho que seria melhor eles te contarem, afinal eles iniciaram tudo isso, entende?
- Entendo, um caso, romance, encontros, namoro, isso, amigo?
- Laysla...
- Obrigado Marcelo, sabia que seria mais fácil de conversarmos longe deles, amei sua presença, sabe ja te gosto de coração.
- Eu também, me sinto bem com você.
- Obrigada.
- O que pretende fazer?
- Eu, acho que agora temos de dar o direito de eles nos dizerem o real motivo de tudo isso, não acha?
- Bem...
- Te entendo amigo, deve estar sendo horrivel para ti, passar por tudo isso sozinho, meu querido.
- Nem imagina.
- Agora tem aqui uma amiga para qualquer hora, meu principe.
- Obrigado. Marcelo recebe um abraço e afago nas costas de Laysla que derrama lágrimas ali com ele.
- Agora vamos?
- Onde?
- Estou aqui com uma vontade de uma cervejinha e você, o que acha?
- Eu amo essa idéia.
- Então vamos descer e chamar o Rogério também?
- Sim. Risos.
Eles saem do apartamento deixando-o limpissimo, encontram Ro e Sofia a brincar no play.
- D. Laysla.
- Vem Rogério, vem Sofia.
- Onde?
- Vamos tomar umas ali no bar, Marcelo vai com a gente.
- Marcelo?
- Ja sou fã dessa mulher eu a amo, de verdade. Ro estranha tudo aquilo mais aceita o convite indo todos ali.
Laysla abraça Marcelo que sorri muito com ela, Sofia se acaba em doces e refri, enquanto os adultos ficam na cerva e quitutes.
16122018.............................................
15
Amanda chega do trabalho e logo recebe a filha nos braços.
- Mamãe.
- Oi querida. Ali abraçadas, Amanda olha para Laysla que fixa os olhos nela e nos dois ali.
- Aconteceu algo?
- Por que deveria?
- Não, mãe, mais por que não foram para casa?
- Resolvi te esperar aqui, aproveitamos e fizemos uma faxina aqui.
- Fizeram?
- Sim, eu e Marcelo.
Marcelo olha para ela com cara de culpa.
- Agora sim, o que houve?
Ro se aproxima dela e a beija na face.
- Nada amor, só sua mãe que esta muito contente e olhe somos todos amigos agora.
Amanda chama a mãe para conversa em um outro local, enquanto mostra estar com sono.
- Que tal um sorvete Sofia?
- Olhe, eu acho que já estou cheia.
- É de chocolate.
- Vamos logo.
Marcelo sai com a menina para a cozinha, enquanto Ro fica curioso com o fato de Amanda seguir com a mãe para fora do apartamento.
No play, Amanda senta no banco junto de sua mãe.
- E ai mãe, pode dizer.
- O quê?
- Mãe, te conheço, sei que tem algo a falar.
- Tudo bem, ja que quer assim, melhor, odeio rodeios.
- Vai.
- Quando vai me dizer claramente sobre essa relação a 3 que esta vivendo?
- A 3?
- Pare, somos mulheres, sabemos muito bem, temos nossas fantasias e desejos, necessidades.
- Tudo bem, até onde sabe?
- Acho que eu devo saber por você, não acha?
- Certo, vou lhe dizer, melhor assim, afinal isso esta me consumindo e sabe que não gosto de te esconder nada, nada.
- Tá. Amanda começa a contar para mãe que logo reage com certa incredulidade mais se controla assim permitindo que a filha continue com as explicações.
- Meu Deus, isso tudo é uma loucura.
- Mãe.
- Tá, você é adulta, mãe, linda, responsável.
- Mãe.
- Por favor Amanda, já pensou no Marcelo?
- O quê?
- Ele sofre com isso tudo.
- Eu sei, bem, mais entenda eu amo o Rogério.
- Que amor, que amor Amanda, pode enfrentar a um outro já existente, me diga filha?
- Então é assim mãe, um dia de faxina e bebedeira e pronto já se torna amiguissima dele e assim ja decide de que lado está. Laysla lhe dá um tapa na face.
- Não é questão de ser ou não amigos e sim, ser fiel a sentimentos, nossos e os alheios.
- Quem diria, que a filha que coloquei ao mundo, hoje se torna mesquinha e cruel.
- Cruel, eu, quem é realmente cruel?
- Você, pare de ser a adoslecente que se irrita tanto e que luta por uma causa sem te-la.
- O que quer dizer?
- O óbvio, este homem já tem alguém, um alguém que o ama e se dedica para melhorar a cada segundo essa relação.
- Não, mãe, não.
- Acorda, você pode ser feliz desse jeito, pode?
- Eu quero tentar.
- Não vale, não vale a pena.
- Mãe.
Amanda em pleno desespero e raiva se extravaza em lágrimas, Rogério vem a elas ali.
- O que houve, o porteiro me ligou dizendo que estavam discutindo alto?
- Por favor sr Rogério, me diga, já que esta aqui, quais as suas reais intenções com a minha filha e neta?
- Mãe.
- As melhores d. Laysla, as melhores.
- E o sr Marcelo?
- Como assim?
- Pare já estou farta desse teatro pobre com argumentos fraquissimos.
- Eu....
- Pode dizer sr Rogério.
- Eu o amo assim como amo sua filha.
- Como?
- Amo aos dois de mesmo modo e intensidade.
- Isso não existe e sabes bem disso, é um pecado enorme.
- Pecado?
- Pois dizem que o amor não há barreiras e nem preconceitos é livre, de igual a todos que querem usufruir e compartilhar desse imenso sentimento, mais não nesse caso sr Rogério, isso que vocês querem insistir em fazer e vivenciar é um erro e já nasceu fadado ao fracasso.
- Por que ao fracasso, quem determinou, quem escreveu isso, essas malditas regras onde fazem que um só grupo obtenha o melhor e todo o restante sejam monstros, isso é amor universal, isso é o amor que as religiões ensinam, é nestes livros que a senhora tanto defende que esta escrito que o amor puro e verdadeiro sempre deve existir somente entre casais convencionais ou seja homem e mulher?
- É, sim é nestes livros como o sr diz, lá esta escrito que somos filhos de homem e mulher, portanto um amor nasce e cresce de um homem e de uma mulher.
- Me desculpe d. Laysla, mais eu de minha parte ignoro e repúdio essa verdade.
- O que diz?
- O que posso lhe dizer, amo sua filha quero compartilhar com ela minha vida, alegrias, tristezas enfim meus sentimentos, tudo que eu tenho é dela, é nosso, meu amor, coração, alegria, a senhora entende, os complementos de um casal.
- E onde Marcelo entra nisso tudo?
- Marcelo sempre estaraá conosco, por que ele nos completa.
- Pare Rogério, você não sabe o que diz, não existe este tipo de amor, isso pode ser qualquer coisa menos amor.
- Te estranho d. Laysla, por que há menos de 1 hora atrás a senhora disse que se tornou amiga de Marcelo e agora reage a nossa estória desse jeito.
- Falei e falo novamente, se ele aceitar sim, serei sua amiga pelo resto de minha vida, mais isso não quer dizer que vou me juntar e ser solidária com essa palhaçada.
- A única que esta sendo palhaça aqui é a senhora, d. Laysla.
- Esta vendo Amanda, veja bem o homem que você quer colocar no nosso seio familiar.
- Não mãe, assim que eu tiver o sinal verde deles, vou sair de sua casa e vou morar com eles.
- Tá, tudo certo, mais minha neta fica comigo, entendeu, não quero ela em meio a toda essa loucura, insanidade.
- O quê d. Laysla?
Ela se vira e ali atrás dela esta Masrcelo com a sua neta se deliciando de um triplo sorvete de chocolate.
- Vó.
- Minha querida, vem comigo. A menina corre abraçando a mãe que a segura para si.
- Por que?
- O que foi d. Laysla, continue com seu discursso anti gays.
- Não, por favor Marcelo não me leve a mau, realmente me simpatizo com você, porém aceitar essa esbórnia isso jamais.
- Pois então faremos o seguinte, amiga, vá para a sua casa, seu mundo todo perfeito a seu gosto e suas medidas, pense e repense em tudo que ja tenha dito a essas pessoas e quando relamente tiver algo sólido a dizer, venha falar com a gente, tudo bem.
- Marcelo.
Ele aponta para ela o caminho da portaria, Laysla abre os braços para a neta que se afunda mais ao corpo da mãe.
- É, pelo jeito o outro já fez e de certo modo muito bem o seu trabalho aqui.
- Se diz do diabo não sei, por que sempre creio em Deus.
- Você o diz, mais acha mesmo que Deus habita entre vocês, nesse meio de lamas e sujeiras?
- Acho que a senhora esta precisando de um excelente calmante porém fraco, dormir um pouco e quando acordar refletir melhor sob suas falas e procedimentos.
- Isso aqui é um verdadeiro.......
- Por favor, não termine d. Laysla ou do contrário serei obrigado e deixar minha educação inglesa de lado e lhe ser curto e grosso, adeus.
- Entendi, tchau.
Laysla sai cabisbaixa segurando a alça de sua bolsa como se fosse uma espécie de âncora que a trazia ao chão.
Amanda se perde em lágrimas sendo amparada por Sofia que seca suas lágrimas com as mãos, Marcelo e Ro vem a ela, ali abraços e carinhos são distribuidos entre eles.
Patricia desce do carro jogando beijos aos rapazes que saem logo.
- O que esta acontecendo aqui, alguém morreu?
- Sua boba, até que enfim chegaste hein. Ro vai até ela trazendo para o grupo onde o abraço se torna mais forte.
16
Ali tomando leite morno com achocolatado, Patricia ouve as ultimas de seus amigos, entre risos e interrogações eles ali se reúnem ainda mais.
- Ei, e você por onde andou senhorita?
- Conheci uns caras ai.
- Eu sabia que tinha homens na jogada.
- A gente, sou mulher, viva, sadia, feliz e sabe, adorooooooooooooo.
- Tá, tá, tá, mais olhe nunca mais faça dessas você nos deixou angustiados aqui.
- Tudo bem, mais olhem eu estou inteirinha da silva como dizia minha vó, pronto amo vocês.
- Sua boba. Logo Ro não consegue mais segurar aquela carranca que tinha e abre um doce sorriso para ela.
- Amiga, tome cuidado nos avisde, não faça mais disso tá, nós te amamos e muito, entendeu.
- Eu também amo demais vocês todos, e olha aumentou mais essa família depois que eu sai, hein. Risos.
Mais abraços porém Amanda esta notavelmente longe dali.
- Agora é sua vez amiga, eu ouvi tudo o que aconteceu pois me contaram e olhe, não soou contra sua mãe, mais acho que ela dessa vez foi um tanto longe em seus comentários.
- Eu sei......
- Mais também sei o quanto é para uma filha ter o aceito de sua mãe.
- Paty. A face de Amanda desmorona ali e um choro é iniciado tendo ali o abraço e compreenssão de patricia que a ampara e logo os rapazes vem junto, Sofia ao ver o sofrimento de sua mãe também inicia um choro e é confortada por Marcelo que trás para eles ali.
- Acho que precisamos afogar nossas mágoas.
- Como?
- No chocolate.
- E por que não. Risos.
Laysla entra em sua sala derrotada, ainda em sua caberça permeia tudo aquilo que fora dito e ouvido.
- Não, não posso perder a minha filha minha única filha, não, mais por outro lado eu não estou errada, sei que não estou errada.
Toca seu celular e ela atende.
- Oi Laysla.
- Marcelo.
- Amiga, se é que ainda posso lhe chamar assim, só estou te ligando para te dizer que assim como você eu também sofri, sabe, não foi fácil para mim ver a pessoa que eu amo se apaixonar por outra assim, de repente, mais o tempo esta me ajudando e muito.
- Você é muito especial amigo.
- Não, nós somos é que você ainda não entendeu, por favor Laysla deixe a felicidade fluir entre eles e a gente.
- Mais isso não pode ser felicidade, eu sei que não.
- Amiga, ser feliz e fazer a um outro feliz não tem regras, é só estarmos determinados e certos de nossas ações.
- Mais você acha isso certo?
- A questão aqui não é eu e sim você, eu como ja lhe disse também estou em fase de aprndizagem e me aperfeiçoando a tudo isso que pra mim é novo.
- Você tem um outro alguém? Do outro lado da linha Marcelo estremece diante a fátidica pergunta de Laysla.
- Oras, o que te faz pensar assim?
- Eu ja sabia, para aceitar tudo isso assim de pronto, tem de haver uma quarta pessoa.
- Olhe Laysla, tudo bem que sou um tanto avoado e vez por outra eu goste de experimentar novas opções mais isso não significa estar cvom outro, entende, ter outro?
- Eles sabem?
- Não.
- Fique tranquilo, não vou contar.
- Sei disso, portanto que lhe confiei.
- Você me perdoou amigo?
- O que seria do adjetivo amigo sem o verbão perdão.
- Agora eu tenho quase que certo que minha filha está em excelentes mãos.
- Vamos fazer o impossivel para que ela sempre esteja, querida amiga.
- Te adoro amigo.
- Eu também ja te gosto e sempre irei gostar.
Marcelo desliga e ela ali caída no sofá, leva mão ao peito e rompe o silêncio daquela casa com um choro sofrível em meio a uma miscelânia de sentimentos em extrema confusão, que se finda em uma alegria renovada.
22122018.........................
|