Ao sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman.
Impalpáveis, quão infinitas e tão eternas...
Imutáveis, quão imateriais e tão transcendentais...
Ó espiais o que há no espaço?
Olhais os rios, os mares e a larga vastidão dos oceanos de Pontos.
Espiais os dias, as noites e o altivo de Urano e Gaia à procura da remota humana;
Olhais para as profundezas das cavas entranhas de Tártaros.
Olhais o que há no tempo?
Espiais o presente com os seus peregrinos errantes e miseráveis desesperançados sem liberdade;
Olhais essa "massa" passiva, invisível e sacrificada, meros expectros, filhos dessa Pátria saqueada;
Espiais esse “rebanho” forjado no aço do passado; e, para todos os sonhos futuros de redenção, que vão-se aos rés entre os dedos da ilusão.
Ó espiais o que há na base da matéria?
Olhais o primeiro, a carga positiva dos prótons; e, no meio dos prótons, impedindo que eles tenham contato direto os nêutrons;
Olhais para os elétrons, partículas dotadas de carga elétrica negativa.
Olhais o que há no estado da matéria?
Espiais o sólido que se liquidifica; onde todas as iterações e encontros dos entes se tornaram provisórios e temporários, fugazes e passageiros, válidos apenas até um novo dia;
Olhais para d'onde impera o individualismo, a desigualdade, a revolução digital, e a efemeridade das relações, e quão gases volatizaram todos os mais belos sonhos.
Ó espiais o que há na música?
Escutais a tão suave e sonora melodia da vida; e os cânticos harmoniosos, acompanhado de cítaras e harpas, a concisa harmonia do amor fraterno;
Olhais o ritmo que se dará à paz no mundo.
Então vedes, olhais o que deu-nos Deus em 3 em Um e no 3 e Um, uma assinatura para a redenção dos homens: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
E nós homens todos amém!
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