Quando perco um dia
procuro um outro,
não para por no lugar,
mas, só para me ajudar a achar
os dias perdidos,
os que faziam,
os que não fazem sentido...
Quando perco o que não sei
me perco a procurar até dizer - achei,
sem saber se era o objeto procurado
ou se simplesmente um achado
longe do que procurei...
Quando me canso de procurar
vago em ondas, em desvario,
seja no escuro ou sob o luar,
ou num simples desatino...
Me deito e o céu me cobre com estrelas,
a lua se deita ao meu lado e, num afago,
me leva a terras distantes, pareço tê-las
entre as mãos como fosse um imaginário mago...
Descubro que não estou blindado,
nem armadura me cobre o corpo,
sou, como todos, um ser amado
pela natureza em seu bojo...
Me levanto e diante de mim o caminho,
real, vivo, que por ele ando todo dia,
agora sei que sou parte, nunca estou sozinho,
como fosse eu uma palavra nos lábios da poesia...
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