Olhando agora para trás,
quanta coisa eu teria mudado...
De lugar este voltar atrás
e não ter evitado o pecado
de te roubar um beijo
quando dormias,
não ter estado
em teu leito,
o quanto eu queria...
Quantas vezes me fingi poeta
e me perdi em versos desconjuntados
como um desastrado esteta
que repara no nariz fechado
e não vê o tamanho da boca aberta...
Trocaria decisões indevidas
por decisões mais acertadas;
em vez de me fartar de comida
comer substanciais palavras...
O maior dos erros cometidos
foi ter me entregue à paixão
quando o amor pediu morada
em meu insensato coração;
eu já não mais acreditava
e aceitei a triste solidão...
Nada mais hoje posso fazer,
já estou maduro para arrependimentos;
árvore alta e só a crescer
este revolver o passado,
por dentro...
|