3
Três semanas depois, Priscila passando pelo corredor vindo de uma chamada de um quarto, ouve uma voz um tanto conhecida.
Ela olha para os lados e ninguém por ali, crava os ouvidos á porta e logo fica estática ao ouvir.
- Não pode ser. Ela sai rapidamente dali.
No quartinho de produtos de limpeza, ela ali agachada, chora contida, acabara de ouvir que Larissa, mulher de Diogo, finalmente conseguira engravidar.
- Não, isso não, aquela vaca não.
Ali ela trama um plano, sai e logo bate a porta de Téo, no necro, ele demora para abrir.
- O que foi homem, tava de sacanagem com um presunto ai?
- Me respeite Priscila, sabe bem que não sou desses.
- O problema aqui é outro.
- O que foi dessa vez?
- Sabe de algum abortivo eficaz?
- O que?
- Pois é, acho que andei me excedendo.
- Pare com isso, você lá é de cometer erros crassos desses.
- Pois é, mais desta vez foi.
- Tem certeza?
- Lógico, oras, sou mulher.
- Tudo bem, de qualquer modo, você sabe que aqui tudo que tenho são produtos quimicos.
- Tá certo, vou dar uma volta por ai, qualquer coisa eu retorno.
- Priscila veja lá o que você vai fazer.
- O que foi agora Téo, ficando velho e sentimental.
- Não é isso, sabe os anos ensinam...
- Pois guarde seus ensinamentos para seus netos garanto que sua filha já esta aprontando para ti.
- Vai, sai logo.
- Tá vendo, cheio de moral, se esquece que te conheço bem.
- Vai.
- Vou mesmo. Priscila faz uma dancinha ali na porta e sai, logo Téo abre um sorriso.
Ela anda em certo desespero, até parar frente ao almoxarifado.
- É isso, vai dar certo.
Larissa sai do consultório e segue para a sala do esposo, ali fica por alguns minutos e quando sai ao dobrar o corredor uma maca vem em sua direção e a derruba, gritos, dor, logo 3 enfermeiras lhe presta socorro, na sua calça manchas de sangue, após exames e consulta o resultado, perdera o filho e não poderá gerar outro filho.
Priscila ali aos fundos da cozinha comemora com cerveja em lata num copo de extrato tomate, quando Diogo surge como que um leão.
- Foi você, vagabunda, puta, cretina, você.
Ela tenta fugir mais leva um tapa dele e logo é agredida ali por diversos golpes e socos, ali surrada caída.
- Não fui eu, não sei de nada.
- Te quero fora daqui, fora.
- Vá se fuder, corno.
- Fora. Vocífera Diogo para ela.
Dr Luan entra ali e sai com Diogo que ainda tenta agredir mais a mulher caída em sangue, 2 colegas a levanta e ela segue para o consultório, onde depois de alguns minutos, Luan a atende, ali ela tem uma surpresa, esta grávida.
- Eu?
- Sim, parabéns Priscila.
- Que parabéns dr, grávida e sem grana, emprego, o que vou fazer?
- Vou falar com o dr Diogo.
- Não, eu não quero dr.
- Por quê?
- Ele me humilhou muito dr, além do que tem horas que a gente tem de pôr vergonha na nossa cara, chegou a minha, vou sair deste inferno, já deveria ter saído há tempos.
- Tem certeza?
- Toda dr, obrigado.
Quatro meses depois, a barriga ja dando sinal, Priscila sai do caixa do mercado onde trabalha para tomar água, quando Larissa entra, conversa com um rapaz dali que aponta a direção do escritório.
- Obrigado. Priscila retorna ao caixa e trabalha normalmente até que o gerente vem a ela.
- Aconteceu algo?
- Olhe Priscila, amanhã não precisa vir.
- Por que?
- Foi dispensada.
- Como?
- Acho que você deve imaginar.
- Pois já vou agora, quero meu dinheiro.
- Tudo bem, pode passar no escritório.
- Também já estava cheia disso tudo.
Com a grana na mão, ela anda pelas ruas em desacorsôo só, até entrar em um bar.
- Oi.
- Sim.
- Um rabo de galo e cerva.
- Tá.
Logo um rapaz vem com o pedido e nota a situação dela.
- Moça tem certeza de que vai beber, bem seu estado...
- O que foi cara, agora também vai querer entrar na fila para ser o pai?
- Jamais me desculpe.
- Depois que inventaram desculpa, todo mundo continua com dentes.
- Certo. Ela paga ao rapaz que sai balançando a cabeça para o balcão.
Depois de 5 ela sai dali e segue para a casa, abre o portão com certa dificuldade e cai na calçada sendo resgastada por uma vizinha e sua mãe.
- O que foi Priscila?
- Ah, vai, todo mundo me põe de diabo nessa porra, mais não sou não.
Um banho frio, café amargo e ali no sofá em camisola, tv ligada e a mãe ao lado dela, desaba em lágrimas.
- Então foi despedida?
- Aquela vagabunda da Larissa.
- Só tem um jeito, vamos nos mudar daqui.
- Não, isso não, quero ter meu filho aqui.
- Por falar na criança, e o pai, quando veremos o tal?
- Nem quero ver, aquele traste quero mais que ele morra.
- Traste ou não, vivo ou morto, teve a participação, olhe Pri, filho é legal, dádiva, bom, mais cara é de fuder qualquer mulher.
- Mãe.
- Eu sei o que digo, acha que foi fácil quando aquele inútil do pai de vocês saiu de casa.
- Mais você teve participação?
- É isso que você acha não, pois esta na hora de saber umas coisas.
- O quê?
- Seu pai me traiu com sua madrinha.
- O quê, D. Zefa?
- Aquela piranha, pilantra, toda santa, não saia de igreja e peguei ela de joelhos fazendo aquilo no seu pai.
- Cadela.
- Depois teve outras e ao fim você já sabe.
- Cana.
- Também o covarde não tinha e não tem coragem para o trabalho.
- Mãe. As lágrimas tomam conta das duas ali, pri olha para a mãe por aquele instante com uma atenção que há tempos não tivera afinal ela sempre culpara por todo o infortúnio e agora vê ali a sua frente uma mulher igual ela, fraca, frágil, cansada, desvalorizada mais nunca desiste.
- Mãe.
- Ainda vou ficar cara a cara com aquele imundo e quero ouvir daquela boca nojenta o por que dele ter participado daquele assalto.
As duas não resistem e se entregam ao choro, quando Adrian entra ali com um rapaz alto, forte.
- Mãe.
- Olá filho, vão conversar já preparo um lanche para vocês.
- Obrigado mãe.
- Tá. Eles entram no quarto e Pri se ajeita, logo batem a porta e ela atende.
- O que quer?
- Este filho é de quem?
Ali na sua frente, Diogo com um ramo de rosas vermelhas.
4
Priscila sente as contrações, o dr Luan ali realiza o parto, gêmeos, meninos, a mãe é só alegria.
No corredor, Sandra recebe a noticia de netos gêmeos porém não demonstra aquela alegria que transborda.
- Mãe.
- Pois é Adrian, agora para frente, nossa situação vai ser pior.
- Sobre isso, preciso lhe falar.
- O que foi?
- Vou para a Espanha.
- Fazer o quê?
- Um colega me chamou, disse que lá o mercado é bom.
- Você lá sabe falar espanhol?
- Mãe, eles querem outros predicados não o idioma.
- Sei não.
- Quer ir comigo?
- Esta louco, sair do país ainda mais agora que sua irmã entrou nessa fria.
- Tá bem, você que sabe.
Dois dias depois, Pri entra em casa e vê ali deitados em sua cama, seus dois filhos.
- São lindos.
- São maravilhosos.
Mãe e vó ali a bajular os recém nascidos quando bate á porta.
- Oi.
- D. Priscila esta?
- Sim.
Priscila para ali frente a um homem gordo, bigode e cavanhaque.
- Sou o dr Luis Amera.
- E daí, o que quer?
- Venho da parte do dr Diogo sou advogado, quero falar sobre a pensão dos meninos.
- Aquele canalha.
- Bem d. Priscila serei bem direto, o meu cliente não quer vinculos com os nascidos.
- Isso eu já sabia, qual é a novidade?
- Ele ja vai ser pai e....
- De quem, a mulher ficou estéril, aquele nojento não tem outro filho.
- Só pode ser de uma outra fonte.
- Ordinário, vagabundo.
A mulher ali se enfurece e solta os cachorors em gritos e palavrões ao advogado, até que Sandra entra no assunto.
- Olhe dr, afinal o que veio fazer aqui?
- Como ja havia dito, tratar do valor a ser depositado para as crianças.
- Pois mande o seu patrão socar ele bem sabe onde este valor. Sandra mantém a calma e olha para o advogado.
- Em quanto estamos tratando? O homem escreve ali em um papel e passa a Sandra que lê atentamente.
- Aceitamos.
- Como? Interfere ali Priscila aos gritos e logo é repreendida por sua mãe.
- Onde ela assina dr?
- Aqui por favor. Sandra olha firme para a filha que ainda insiste em não aceitar mais é vencida pelo olhar sério e direto da mãe.
- Pronto dr, precisa de algo mais?
- Um número de conta a ser depositado mensalmente.
Sandra entrega para o advogado que se despede saindo dali.
- Tchau.
- Tchau dr.
Sandra fecha a porta, Pri ali desorientada ao saber que sua mãe lhe vendera.
- Olhe acredite, também não gostei nada disso, mais estes inocentes que vocês trouxeram ao mundo não tem culpa da falta de juizo de pais tão insesíveis.
- O que vou fazer agora?
- Faremos o seguinte, vamos nos mudar.
- Para onde?
- Uma cidade do interior.
- Mais.....
- Ja esta decidido, com certeza você logo vai sair correndo para ele, depois vai querer saber quem é essa outra.
- Essa outra não existe, eu sei eu sinto isso.
- Sabe de nada, afinal ele ficara contigo enquanto tinha e tem a matriz.
- Isso é diferente.
- Diferente uma merda, põe logo nessa cabeça você sempre foi a outra.
- Mãe.
- Homem é sempre assim, depois da primeira a segunda é aquele gole inicial para os outros goles que virão.
- O que diz?
- Com certeza ele tem tantas outras, não estranharia se até for uma de suas colegas.
16102018.............................
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