O quanto escrevo
é o quanto devo
me explicar
como se escrever fosse
um doce
a se deliciar...
O quanto falta de explicação
é o quanto falta em meu coração
em entendimento
do que sou por dentro...
O quanto derramo em palavras
são pedaços de minha alma
num mosaico incompleto
peças que me faltam
por perdê-las decerto...
O quanto escreverei
nem eu sei
o quanto
apenas que darei
gota a gota
desse pranto
que em poesias chorarei...
O que há de encanto em mim
há de encantamento - sim
num alumbrar de entrega
pois em suas rudes mãos
o amor me pega
e me despedaça
independentemente do que eu faça...
Este último pedaço
que escrevo agora
é só um traço
do que me devora...
|