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Assim disseram as estrelas
Carlos Correa

E então eu volto ao mar
Já quase deixando de existir o receio ou a mágoa
Porque assim me diziam as estrelas
Enquanto sentia o toque frio em meus pés
Convidando suavemente a nele misturar-me
Como o cão que arranha a perna
Na esperança de fazer o homem segui-lo

Da costa o vento me traz uivos solitários
Alcateias desfeitas
Crianças que esperam as respostas desse mesmo vento
Choram e maldizem a permanência do vácuo
Não escutam e não conseguem ser ouvidas
E as lágrimas se combinam às gotas do mar
Lançadas pelas ondas
Transformando-se em maresia

Fluido dolorido esse
Que ao tocar o solo
Se converte em lindas canções e poesias
Solidão que ganha ritmo e palavras

Questiono então a razão de tal fenômeno
Não, não consigo aceitar que expressões tão sublimes
Sejam provenientes unicamente da dor
E vejo o quanto podemos ser ingratos e egoístas

Procuramos e encontramos as estrelas
Quando nos vemos na escuridão
Percorremos o caminho de nossa alma
Quando sozinhos nos vemos sem qualquer opção

Sim eu sei não são todos assim
Mas por vezes quando se aproximam as estrelas
Quando o vento volta a soprar
Esquecemos de agradecer

E deveríamos voltar repletos de gratidão e sorrisos
Seguir o caminho percorrido
Maravilhosas canções e poesias
A alma magnetizada pela fé também pode trazer
Fazendo-nos suspirar de encanto
E acreditem são ainda mais belas
Porque a gratidão é uma das mais graciosas virtudes

E aqui no meio de tudo
Onde o véu que nos separa permanece suspenso
Posso ver e sentir onde nasce a maresia

Correntezas se alternam a tentar nos guiar
As aparentes mais suaves e coloridas
Garantem nos levar à terra firme e prometida
E seduzidos por suas juras acabamos abraçados à tempestade
Devolvidos sobre pedras cercados por essa mesma maresia
Arrependimento, ou não

Se tivéssemos tido a coragem de enfrentar as ondas bravias
Do outro lado estariam as sinceras e verdadeiras estrelas
Aguardando-nos em solo
Onde a brisa nunca salga a pele

Retornaremos de volta ao mar
Quantas vezes forem necessárias
Até aprendermos a superá-lo
Não por sorte
Mas pela certeza do que nos aguarda
Assim disseram as estrelas
As mesmas que estão ali por toda parte a nos guiar

Então de asas molhadas a ave que me acompanha
Devolve-me à areia molhada
O toque frio me desperta
Olhando as estrelas e a coruja que se vai
Chamo o vento e agradeço
Obrigado

Carlos Correa

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