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Anda, toma a mão do menino e o leve pelo mundo,
não para ver as ruínas e destroços que deixamos para trás,
impérios massacrados e maravilhas reduzidas a pó,
fotos antigas empoeiradas de homens curiosos,
manuais de ciência engavetados nos palácios,
o punhal do último Imperador com o qual
matou a vida...
Leve-o pelas campinas onde os animais espalham balidos,
abra a flor e lhe mostre a confecção primorosa das artesãs
que moram nas nuvens, senhoras e senhoritas de bela tez,
anuncie a ele o canto das cachoeiras, ária de várias mãos,
ensine-o a semear palavras no ar para agricultores de sonhos,
leve-o à beira do rio e espere até que ele escute os peixes,
mostre-lhe a maior novidade da vida, ela mesma a se mutar,
já alto e crescido deixe que ele o leve até onde nunca foi,
a casa onde poucos visitam, a mansarda da imaginação...
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