Me perdoem os que odeiam
mas não vivo sem amor,
os que envenenam veias
com o pó branco, incolor...
Me perdoem mas não evito pensar,
que depois pensamentos se tornam atos,
como um pequenino rio a buscar o mar,
como um ramo se torna árvore, de fato...
Me perdoem mas acredito que há cura
para qualquer um que queira se curar,
deixar de praticar a malévola usura,
soltar a tábua no acontecer e navegar...
Já que perdoado estou todos os dias
perdoo a todos, brancos ou de cor;
amo por saber da existência da poesia
que nos envia seus versos de amor...
E assim perdoados,
de mãos dadas por este mundo,
somos os que jogam os dados
da vida de um jeito simples e profundo...
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