Ó morte, ó serena majestade!
Tu, de quem fazem um espantalho,
És para o pensador, um momento de descanso,
Transição entre dois atos do destino.
Quando a minha pobre alma,
Errante, há tantos séculos, através dos mundos,
Depois de tantas lutas, vicissitudes e decepções,
For repousar de novo no teu reino,
Será com alegria, que saudará a aurora de um novo tempo.
Dias virão em que a vida humana se extinguirá,
A terra, vasta necrópole, rolará, soturna, na amplidão silenciosa,
Hão de elevar-se ruínas imponentes,
Lugares onde existiam grandes metrópoles,
Cadáveres de capitais,últimos vestígios das raças extintas,
Livros de pedra que nenhum olhar carnal voltará a ler.
Novas civilizações prodigiosas florescerão a esse tempo em Saturno e Júpiter,
Ali hão de se expandir humanidades renascidas numa glória incomparável,
Sítios abençoados, onde lhes serão dados, continuarem a amar e trabalhar para o seu aperfeiçoamento,
Que importa as sombras que se foram!
Nada perece! Todo ser se transforma e esclarece,
Espírito imorredouro,
Lembrai-vos de que " A morte não existe ".
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