COMO CRISTO SEGUE AQUILO POR QUE É CHAMADO
Isso é dito aqui para ser feito com modéstia, sem fazer nenhum barulho, ou levantar poeira por qualquer vinda pomposa, como os príncipes
estão acostumados a fazer. “Não fará ouvir a sua voz”. Sua voz de fato foi ouvida, mas qual voz? “Vinde a mim, todos os que estais cansados e
oprimidos” (Mt 11.28). Ele clamou, mas como? “Ó vós, todos os que tendes sede, vinde às águas” (Is 55.1). E sua vinda foi tanto modesta quanto meiga, o que é posto nestas palavras: “O caniço ferido não quebrará, nem apagará o
pavio que fumega”.
Vemos, por conseguinte, qual a condição daqueles com quem ele teve que lidar, caniços feridos e pavios fumegantes; não árvores, mas caniços; e não caniços sãos, mas feridos. A igreja é comparada a coisas fracas: a uma pomba entre as aves; a uma videira entre as plantas; a carneiros entre as feras; a uma mulher, que é o vaso mais fraco. Os filhos de Deus são canas trilhadas antes de suas conversões e, com
frequência, também depois. Antes da conversão, todos (exceto os tais que, sendo criados na igreja, Deus se deleitou em se mostrar gracioso desde a infância) são caniços feridos, ainda que em diferentes graus, tal como Deus considera adequado. E, como há diferenças com respeito a temperamento, dons e modo de viver, assim também há no propósito divino de usar
homens no tempo vindouro; pois comumente ele esvazia os tais de si próprios, e os torna em nada, antes de usá-los em quaisquer grandes
serviços.
Extraído de O Caniço Ferido, de Richard Sibbes.
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