Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
BALANÇO DE VIDA
Isabel C.S. Vargas

Muito tem sido falado, escrito, e mostrado sobre os novos paradigmas da velhice, ou terceira idade, ou como muitos gostam de dizer, Melhor Idade. Eu, particularmente, questiono a denominação de Melhor Idade. Creio que a melhor idade é aquela em que nos sentimos mais felizes. O sentir-se feliz é uma questão de predisposição interna, de modo de encarar e viver a vida. Isto pode ocorrer em qualquer idade, mas esta percepção, normalmente acontece na maturidade.
     Na maturidade costumamos fazer um inventário dos lucros e prejuízos ou como diz Lya Luft das Perdas e Ganhos ocorridos no decorrer da vida.
     Nesta época de mais equilíbrio e sensatez é possível, com serenidade, constatar as perdas que começam pela aparência (interiormente parece que elas não ocorrem com tanta intensidade), com os cabelos que começam a embranquecer, as manchas na pele, sinais, dificuldades de visão, de mobilidade, audição e até certo desânimo para quem passa pela síndrome do ninho vazio ou aposentadoria, sem qualquer preparação ou mesmo em função da queda hormonal cuja ocorrência é comum.
     Com uma visão mais otimista e com bom humor (indispensável para se viver melhor) dá também para perceber as vantagens, como mais tempo livre, com possibilidade de maior participação social ou lazer, visto que já não existem os compromissos de trabalho que preenchem grande parte tempo. Isto, para quem começou a trabalhar cedo e teve a possibilidade de aposentar-se cedo, com plenas condições de usufruir deste período que antecede a terceira idade, com saúde, disposição e consciência de que a vida não acaba quando termina o trabalho, pois erroneamente costuma-se associar a aposentadoria como prenúncio de inutilidade, inoperância, menos valia, morte.
     O indivíduo que tem uma boa autoestima consegue fazer desta época, um período de fruição, quando ele , realmente, vai se dedicar à realização de pequenos sonhos (ou grandes, quem sabe?), de projetos que ficaram armazenados no sótão de sua memória durante anos, por impossibilidade financeira, por contingências de trabalho, de prioridades pessoais ou familiares, ou pelo curso natural da vida.
     É época de reaproximar-se da natureza, de amigos de outras épocas, que o tempo escasso não permitia um convívio maior, ou de fazer novos, de diversificar atividades, de fazer novos aprendizados, enfim, de começar um novo ciclo.
     É necessário perceber que a vida é feita de ciclos que se completam. Não há que lamentar o que se fechou, posto que nada é eterno. É, sobretudo, um processo de crescimento. A natureza assim nos ensina. Não teríamos a borboleta se o ciclo no casulo não tivesse se encerrado.
Importa é o amadurecimento que ocorre com a mudança. Isto dá uma certeza de renovação, de não estagnação.
O essencial é que em todos estes períodos da vida, tenhamos formado uma base sólida de fé, de otimismo, de esperança, de amor e que tenhamos agregado valor à nossa caminhada, sabendo manter neste percurso a companhia daqueles que nos são caros.


Biografia:
Número de vezes que este texto foi lido: 59477


Outros títulos do mesmo autor

Crônicas IGUALDADE NAS DIFERENÇAS Isabel C.S. Vargas

Páginas: Primeira Anterior

Publicações de número 61 até 61 de um total de 61.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
A verdade está nas unhas - Ana Mello 59827 Visitas
A Magia dos Poemas - Sérgio Simka 59823 Visitas
Eu? - José Heber de Souza Aguiar 59821 Visitas
À Bahia - Aldo Moraes 59819 Visitas
Arguta Manhã - José Ernesto Kappel 59819 Visitas
Gentileza é essencial - Ana Mello 59815 Visitas
441 anos de Sepetiba – Comemorar e lembrar para evoluir? - Bianca de Moura Wild 59814 Visitas
Procure-me - Maria 59814 Visitas
A casa - Ana Mello 59811 Visitas
angústia de todos - Maria 59811 Visitas

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última