Choro a angústia de todos
que agora me veste.
Choro triste e sozinha,
com sentimento de perda
de mim mesma.
Absorvi no âmago do meu ser
as dores daqueles
que choram a minha partida.
Se parti, não volto mais.
Não sei mais o caminho
de volta e ninguém
virá me buscar.
Entreguei-me a dor de ser ninguém.
De vagar qual espiríto
sem rumo e vazio de si mesmo.
Experiência incompreensível
para quem ainda vive e é feliz.
E na dor não há felicidade.
Apenas o torpor nos sentidos
e a certeza de que nunca
mais será igual.
E o choro será ouvido
no eco do silêncio
em que jaz a
junventude da alma
e a força do espírito
que agora chora.
|