VERSATILIDADE?!
Outro dia, o oposto,
O fedido, o ardido.
O mordido em desgosto.
Outra data, o contrário,
O soberbo, o interesseiro,
O grosseiro, o otário.
Uma vez, o inimigo,
O adversário, o larápio,
O ímpio, o vendido.
No passado, o horror,
O Deus me livre,
O horrível, o sem pudor.
Ontem, o ingrato,
O tolo, o insensato.
O bobo, o chato.
E hoje, o pró,
O beijo, o rosto.
O versado em gosto.
Nesta data, o paralelo,
O honesto, o honrado.
Um novo papo, um lero lero.
Dessa vez, amigos,
O aperto de mão,
O beijo no rosto, o perdão.
É presente,
O inocente, o imaculado.
O doutor, o amor, o venerado.
Hoje, o sensato,
O grato, o reconhecimento,
O passado, é cinza, é esquecimento.
Agora, de mãos dadas.
De sorriso estampado.
Tudo ok, desculpados.
Quem diria traição?
Tapioca, vai- e- vem.
O sem vergonha, maldição.
Mas há quem diga,
Não houve intriga, contradição.
Se desliga, se coliga, é eleição.
O que é isso mesmo?
É dinamismo? É negociação?
É favoritismo? È coligação.
Bom, é política.
Falsa ou verídica,
É coisa elítica.
Mas amigo, diria outra palavra?
Sim, o fato é verdade.
Pra isso tem nome: ver...sa...ti...li...da...de.
Derlânio Alves
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