Passa o vento p'las arcadas da cidade.
Canta a Lira. Évora silenciosa,
Eleva ao respirar, versos frios sem idade.
Tão longe me vai a mocidade gloriosa ...
Passa o tempo! O tempo passa!
Foi-se a Primavera, vai-se o Verão,
A caminho do Outono, esmorece a graça,
Inverno, frio, velhice, solidão ...
E minh'alma paira em tédio fundo
Ao sentir viver este abandono
Na longa indiferença deste mundo!
Perdão, Senhor, se não cheguei à tua paz,
Ainda assim, que toque a Lira em meu Outono,
E em meu Inverno me vá morrer a Monsaraz!
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