Um dia, quando só, pores o olhar no caminho,
saiba que ali estive sempre só, sozinho,
a te procurar como fazem os famintos por comida,
a te querer como querem um lar os que vivem na guerra da vida...
Mesmo sabendo ser impossível te encontrar
não perdi as esperanças e segui a estrada na orla do mar,
vaguei como um pássaro com uma asa quebrada,
segui a lua, o sol, sempre pela mesma estrada...
Passei por Roma, descansei meus pés em Atenas,
dormi uma noite num hotel de Nova York, o Dakota,
achei ter te visto por um segundo apenas,
era uma outra mulher, andando, de costas...
Agora, sentado a ver o mar tecer suas ondas,
sabendo que segui o brilho do farol do amor,
já não me confundem as sombras,
já não me machuca, da solidão,
a dor...
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