O sujeito era cadeirante e quase sempre estava de mau humor. Ficava o dia inteiro na porta do Banco do Brasil, pedindo esmolas. Era só o cliente entrar na agência pra fazer um saque ou qualquer tipo de transação, que na saída era abordado por ele:
- Me dá um real aí, porra!
E quando recebia menos de um real, ele jogava as moedas fora e ficava praguejando. Tem gente que é assim - não sabe pedir nem agradecer.
O certo é que nunca devemos negar esmolas a quem delas necessita, mesmo quando alguém nos pede ajuda de um jeito malcriado. Nem sequer cabe a nós julgar se a pessoa merece aquela esmola ou não, porque a condição de quem pede, em si, já é extremamente humilhante. Também não é da nossa conta se, com o dinheiro da esmola, o pedinte vai tomar cachaça: isso é problema dele, não nosso.
O importante é sempre aproveitar, da melhor forma possível, a oportunidade da esmola; porque nunca é demais lembrar, para que ninguém jamais esqueça:
- Quem dá aos pobres, a Deus empresta.
Mas se um ou outro pede de modo malcriado, há quem peça de forma um pouco diferente. Certa vez, quando eu caminhava pela rua, meio desanimado e descrente da vida, uma senhora com uma criança de colo me fez um apelo:
- Filho amado de Deus, me dê uma esmola por misericórdia!
Achei interessante o jeito daquela mulher me abordar. Fiquei até comovido. E depois de dar a esmola disse para mim mesmo "Decerto que essa mulher tem razão, apesar de tudo Deus me ama".
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