Não existe nada tão ruim que não possa piorar. Por isso, vamos ponderar sobre a triste realidade do Brasil. E já que estamos tratando dessa questão, melhor reconhecer que estamos no fundo do poço — eis porque Bolsonaro caiu no agrado de milhões de brasileiros. Há quem diga, também, que quem vota nele é fraco do juízo. Pode ser. Entretanto, se o povo está fraco do juízo é porque já não aguenta mais ver tanta safadeza. Daí a razão de ninguém mais acreditar na classe política — tudo é uma vergonha só. E como se não bastasse, ainda temos um regime governamental completamente absurdo, que não tem nada de democrático — outra coisa de deixar qualquer um escandalizado.
Para completar, a gente vê — com muita tristeza — que a corrupção está se tornando coisa corriqueira e banal no Brasil. Tem gente até achando que roubar é bonito. Afinal, o mundo é dos mais espertos, dizem eles.
— Será mesmo verdade?
Vivemos no país dos escândalos, onde a corrupção acontece de forma alarmante e vergonhosa. E o mais interessante é que a evidência dos fatos mostra tudo e ninguém responde por nada. Se a falta de caráter dos políticos é grande, o descaramento é ainda maior. Num país onde a roubalheira acontece às claras, ninguém assume a culpa de nada — todo mundo é inocente. Todo mundo é inocente, menos o pobre. Esse aí, coitado, vai preso por qualquer motivo. E como não tem dinheiro pra pagar bons advogados, apodrece na cadeia.
Deixando o pobre de lado, voltemos a falar dos políticos, ainda que eles não valham grande coisa. Só que nos outros países tudo é diferente — os políticos são de grande serventia e valor. Por aqui não, tudo que eles fazem é assaltar os cofres públicos. Endeusados por muitos, eles não passam de lixo, de tudo que há de mais desprezível na humanidade — e são poucos os que escapam desse critério de julgamento. Tratados como verdadeiros príncipes, eles ganham salários milionários enquanto o povo vive de migalhas. Eis que assim, para encurtar esse texto, eu finalmente pergunto:
— Quem é que não fica fraco do juízo, quando é obrigado a viver de migalhas?
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