Antiode à Detroit
A Leland, Ford e Adam Rifkin
“you won’t come on Saturday or Sunday
to kneel down and pray for life eternal.” Philipe Levine
Destrói-te Detroit a ditadura do Tempo
Com seu retroz manipulado pelas moiras do destino...
Os impérios sucumbem mais dia menos dia,
A Glória é passageira, assim como as derrotas,
Mas o fim, o fim é o desmoronamento da matéria
E o que fica é a memória incompleta,
A transformação de tudo em História volátil...
Cry Crysler..Cristo crucificado numa parede do salão do automóvel!
Ford e sua fortaleza furtiva febril!
Packard e seu pátio prevaricante!
General Motors e seus mortos genéricos!
O automóvel de Giacomo Balla é só uma tela futurista,
E o pós-futurismo é decadente!
Destrói-te Detroit a ditadura do Tempo...
Casas abandonadas, moradores de rua,
Gangs brigando pelos despojos... guerra de destroços!
Meu caro Atoine de Lamothe-Cadillac seu cadillac está enferrujado,
Meu caro Marshall Fred, o espírito de Detroit já tem os braços pesados,
Não está suportando o peso dum Sol Negro que emite raios gama...
A Ponte do Embaixador está suspensa sobre o lago das desventuras...
Os Stones não vão tocar hoje no Comerica!
O Teatro Fox hoje não tem espetáculo...
John Yummy bebeu, cantou e dançou – I feel uptight on a Saturday night!
E se atirou com seu velho carro no lago St. Clair e morreu afogado!
Só ouço as máquinas rodando num mural de Diego Rivera!
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