acaso
se acaso, eu tivesse um amor, meus tri-jeitos não atrapalhariam os meus sentimentos. acaso eu tivesse alguém, tentaria sobreviver a cada dia, já que amar é se matar cada dia pela pessoa amada. se eu tivesse alguém, eu tornaria os seus dias algo monótono, porque a vida em si já uma calmaria eterna e de vezes enquanto, dão aquela agitada pra dizer: "eu tô aqui". se por algum milagre, eu tivesse alguém, eu tentaria não falar o quanto ela é linda até mesmo chupando manga, com os fiapos nos dentes, com casquinha de feijão no dente, com bafinho de cebola e mesmo assim, sairá de mim um: "como cê tá linda hoje".
se por desvaneio do destino, eu tivesse alguém, eu não iria por ou impor coisas materiais no nosso meio, porque o amor não passa da própria simplicidade fantasiada. se eu tivesse alguém, eu iria tentar se algo que não sou e também não querer algo que eu não posso dar, é simples. só o amor já basta, mesmo o ego querendo engordar e saltar, eu faria o maior esforço para não ser quem eu não sou, porque aliás, o amor muda e muito. muda tudo que você espera não mudar. é como se o amor fosse um empregado, viesse, limpasse tudo colocando as coisas no lugar, limpando a bagunça anterior e te deixando mudado.
se por algum movimento estranho do universo, eu tivesse alguém eu deixaria livre, por que o amor é melhor amigo da liberdade, e quem ama deixa livre. foi por isso que deixei tudo livre, e tô aqui só. porque eu deixe-me ser livre e percebi que amar não é assim, o amor não é dessa forma, não algo forçado. vai além de fotos bonitinhas, textos malucos que não fazem menor sentido, tempo, choros, te amo, vai além do que você limita infinito, vai além do que anormal.
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