Junto do amor
vem centenas de páginas em branco
ao lado um tanto de canetas de cor
de vento um maço e de tempestades
um outro tanto...

Palavras que rasgam o céu como trovões
e caem na terra e se afundam com os minérios
tem quem lê e quem pensa em rojões
tem que ri e quem leva à serio...

Vem os pássaros que cantam tão doce
e os corvos que crocitam poemas tristes
e antes que tudo assim não tão ruim fosse
tem as cotovias e o que Shakespeare disse...

Tem o sol que se põe atrás da montanha
e a lua que no ir do sol se levanta e passeia
as estrelas dispostas de forma tão estranha
que caem do céu sobre a úmida areia...

Os que caminham à beira de estradas desertas
depois que foram abandonados por quem amavam
e os que pensaram que a maneira mais esperta
era fingir que eram duros e por ninguém esperavam...

Junto do amor vem a carta de despedida
de quem sonhou correr o mundo sozinho
e depois compreendeu que o melhor da vida
e fazer em dois o que era um só caminho...

E junto do amor palavras de quem o criou
feito poesias que se desmancham na bruma
e para lê-las de novo é preciso sentir amor
feito um pequena - sobre o mar - escuna...

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